O P. Alfred faleceu no dia 3 de Março de 2018 depois de uma breve doença no hospital de Ellwangen. Desde 2004 vivia na casa de repouso de Ellwangen, gentilmente assistido pelo pessoal de enfermagem. Muitos participaram no terço pelo defunto confrade em Josefstal e no funeral na igreja paroquial de St. Wolfgang. A sua presença e o seu trabalho pastoral nas paróquias da zona de Ellwangen durante muitos anos foram sempre apreciados pelas gentes e pelos numerosos benfeitores e amigos dos combonianos e da missão que, com a sua participação, quiseram exprimir amizade e gratidão.
Alfred nasceu em Kerkingen a 20 de Outubro de 1931. Fazia parte do primeiro grupo de estudantes que, em finais da segunda guerra mundial, foi acolhido na casa de Josefstal para frequentar o ensino secundário.
O seminário Josefinum de Ellwangen tinha sido destruído pelos soldados alemães pouco antes da chegada das tropas americanas e os estudantes tinham de ir a pé à escola da cidade e, depois das aulas, voltar novamente a pé. Só em 1951 o seminário reconstruído abriu as portas aos primeiros estudantes.
Depois de ter terminado com sucesso o liceu, Alfred mudou-se para Bamberga para iniciar, a 28 de Outubro de 1955, o noviciado. Dia 1 de Novembro de 1953 emitiu os votos temporários e logo depois começou os estuos de teologia na Faculdade Teológica da cidade. A 8 de Dezembro de 1956 consagrou-se a Deus e à Missão com os votos perpétuos e foi ordenado sacerdote a 28 de Julho de 1957 em Bamberga.
O P. Alfred iniciou o seu ministério sacerdotal e missionário na província. O seu primeiro posto de trabalho foi o seminário de São Paulo de Neumarkt na Baviera, que tinha sido aberto em 1953. Permaneceu ali como educador até 1964. Como missionário, tinha o desejo, como todos os confrades, de ir em missão e de facto foi destinado à África do Sul. Infelizmente, muitas vezes o governo racista negava aos missionários católicos a autorização de trabalho recusando o visto, como forma de objecção. Foi assim também para o P. Alfred que teve de resignar-se e que, a partir daquele momento, se dedicou de corpo e alma à sua província.
Naquele mesmo ano (1964) foi transferido para Josefstal e nomeado procurador da missão. Em 1967 assumiu em Bamberga o encargo de animador missionário, de acompanhamento dos muitos benfeitores e da difusão da Obra do Redentor. Em 1972 foi nomeado também ecónomo geral e, depois de reunificação, em 1979, ecónomo provincial. Em 1990 passou para Josefstal, onde continuou a dedicar-se à mesma actividade. Depois da supressão da comunidade de Josefstal, mudou-se para Ellwangen levando por diante a mesma função. Em 2014 teve de deixar todas as actividades e empenhos por motivos de saúde e retirar-se para o centro dos confrades doentes e idosos que ocupa parte da casa de Ellwangen. Ali passou os seus últimos anos de vida em paz e serenidade. Até ao seu último internamento no hospital, foi sempre capaz de participar na vida da comunidade.
O P. Alfred não fez nada de extraordinário ou de sensacional durante a sua actividade na DSP mas distinguiu-se sempre pelo trabalho generoso, diligente e assíduo na vinha do Senhor e da província. O seu principal campo de trabalho foi sempre e ininterruptamente a animação missionária nas paróquias e no contacto com os benfeitores e apoiantes da missão, realizados com óptimos resultados e sem nunca esmorecer. Quase cada domingo, durante decénios, celebrou nas paróquias a Eucaristia, anunciou o Evangelho, promoveu a Obra do Redentor e animou os amigos da missão e os benfeitores. Para ilustrar as suas conferências, tinha preparada uma rica colecção de diapositivos com motivos missionários. Visitou muitas paróquias, se não todas, das dioceses de Eichstätt, Rotenburg/Stuttgart, Bamberga, Würzburg e Augsburg tornando-se amigo de muito sacerdotes. Uma outra actividade particularmente importante foram os encontros de zona anuais com os colaboradores e os benfeitores, para manter vivo o seu interesse pela missão, agradecer-lhes e entregar-lhes o calendário «A Obra do Redentor» para eles distribuírem nas suas paróquias e recolherem as ofertas.
A sua humanidade, a sua abertura, o seu temperamento cativante, simpático e gentil facilitaram os seus contactos com as gentes em geral e com os benfeitores em particular. Também a sua estatura, a voz forte e sonora, o rosto sempre sorridente e a sua capacidade de comunicar favoreceram a sua actividade pastoral e os encontros com as pessoas. Viveu com autenticidade e convicção o seu sacerdócio, a sua consagração religiosa e a vocação missionária. A sua vida espiritual pessoal e de fé foi sã e equilibrada assim como o seu comportamento para com a Igreja. Deste modo, foi um guia fidedigno e firme para as gentes, especialmente durante as turbulentas mudanças e incertezas no tempo do pós-concílio.
(P. Alois Eder).