“A Carta”, um filme do Movimento Laudato Si' com o Papa Francisco

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Quinta-feira, 6 de Outubro de 2022
O Vaticano apresentou no dia 4 de Outubro o documentário ‘A Carta’, com a participação do Papa, que apresenta reflexões sobre a “crise climática”, a partir da encíclica ‘Laudato Si’ (2015). “A natureza grita: parem! Parem!”, diz Francisco, na obra lançada, simbolicamente, na festa litúrgica de São Francisco de Assis, que encerra o ‘Tempo da Criação’, iniciativa ecuménica de ação e oração que se iniciou a 1 de setembro.
[Ecclesia]

Papa Francisco é «estrela» do filme que conta com «outras vozes» que representam «periferias da crise ecológica».

O documentário foi apresentado em conferência de imprensa, esta terça-feira, no Vaticano, com a presença do cardeal Michael Czerny, prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral. “A crise ecológica está a acontecer agora. Acabou o tempo da especulação, do ceticismo e da negação, do populismo irresponsável. Inundações apocalípticas, enormes secas, ondas de calor desastrosas e ciclones e furacões catastróficos tornaram-se o novo normal nos últimos anos; continuam hoje e amanhã vão piorar”, alertou o colaborador do Papa.

O cardeal lamentou que, desde 2015, quando foi lançada a encíclica ecológica e social assinada por Francisco, a crise ambiental se tenha agravado “drasticamente”. O documentário “A Carta” (The Letter) foi realizado pelo cineasta Nicolas Brown e a sua equipa da ‘Off The Fence Productions’ (My Octopus Teacher), com o Movimento ‘Laudato si’ e o Dicastério para a Comunicação, da Santa Sé.

D. Michael Czerny destacou a importância de ouvir “as vozes das periferias”, dos jovens, dos pobres, dos povos indígenas. “Este belo filme – uma história comovente, mas esperançosa – é um grito para as pessoas em todos os lugares: acordem! Levem isto a sério, encontram-se, ajam em conjunto e ajam agora”, concluiu.

A conferência de imprensa contou com a presença de outro dos intervenientes no filme, o cacique Odair “Dadá” Borari, do Território Indígena Maró, do Pará (Brasil), o qual pediu “justiça” para os povos indígenas. “Sofremos na pele com a perda da floresta”, assumiu o responsável, que tem proteção policial, por causa das ameaças que vem recebendo nos últimos anos. Lorna Gold, presidente do Conselho de Administração do ‘Movimento Laudato Si’, assinalou que o documentário quer levar a mensagem do Papa a “novos públicos, a cada pessoa”.

A responsável sublinhou o simbolismo deste lançamento na festa litúrgica de São Francisco de Assis, que pode inspirar todos a redescobrir a importância de “cuidar uns dos outros e cuidar do planeta”. O filme explora questões como direitos indígenas, migração climática e liderança juvenil no contexto da ação sobre o clima e a natureza, apresentando um diálogo exclusivo com o Papa Francisco.

A estreia acontece também no dia da entrada oficial da Santa Sé no marco do Acordo de Paris sobre alterações climáticas. Nicolas Brown, realizador do documentário, fala de Francisco como uma “bússola moral. “Espero que todos possamos encontrar um renovado sentido de propósito e compromisso para proteger a nossa casa comum e ter compaixão por todos os seres vivos”, refere, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

O novo documentário tem estreia mundial, no Vaticano, pelas 18h30 (17h30 em Lisboa), ficando também disponível de forma gratuita, no canal Originals do YouTube.

OC - Ecclesia