Assembleia dos missionários combonianos a trabalhar em Portugal

O primeiro dia da assembleia foi dedicado à formação permanente, que foi orientada pelo jesuíta e mestre de noviços P. Carlos Carneiro, para quem “o que gera a possibilidade do chamamento é o testemunho vocacional que a comunidade religiosa dá de si”. “A pastoral vocacional – adiantou – mais do que uma pastoral de entretenimento é um testemunho de vida e o seu objectivo é suscitar a ideia de que todas as pessoas têm uma vocação, porque, hoje em dia, quase ninguém faz opções por vocação mas de acordo com as possibilidades e circunstâncias do momento.”

Sobre o problema da diminuição das vocações, o P. Carneiro alertou para o facto de que a fecundidade espiritual não se deve medir pelos resultados que se obtêm. O que Deus quer de cada Instituto é que os seus membros consagrados gastem as suas vidas ao serviço dos mais pobres e que saibam amar até ao fim. O sacerdote citou o exemplo de Santa Teresinha do Menino Jesus que apesar de nunca ter saído do seu convento é considerada padroeira das missões. “Numa pastoral das vocações – sublinhou – é fundamental o fermento da vida oculta na oração”.

A província portuguesa dos Missionários Combonianos está a fazer uma reflexão profunda sobre a pastoral das vocações, numa altura em que a Igreja, em geral, e o próprio Instituto, em particular, se debatem com a crescente diminuição das vocações. Foi neste contexto que foi lançado o Ano Vocacional Comboniano, uma iniciativa que visa alertar os cristãos e os próprios combonianos para a problemática vocacional. O objectivo deste Ano não é só o de recrutar novas vocações mas também o de querer questionar as comunidades combonianas sobre a sua coerência de vida e o seu testemunho vocacional. Para tal, considera-se importante e necessário melhorar a qualidade das relações internas das nossas comunidades e avigorar laços comunitários mais fraternos entre os confrades.

O facto de dois jovens terem sido admitidos ao postulantado, neste novo ano académico de 2011, e de mais três terem ingressado no noviciado de Santarém, fazendo aumentar para sete o total dos noviços, oriundos de Portugal, Espanha, Itália e Polónia, é um sinal positivo e de esperança para o Instituto comboniano na Europa.

A diminuição das vocações e o envelhecimento crescente dos missionários está a solicitar uma reconfiguração do Instituto comboniano. O último Capítulo Geral de 2009 e o próprio Conselho Geral comboniano estão a apelar com insistência para que se reflicta e se diminua o número de comunidades e de empenhos e se simplifiquem as grandes estruturas actuais, mesmo que, para tal, seja necessário agregar-se as províncias geograficamente mais próximas, como, por exemplo, Portugal e Espanha ou Alemanha e Polónia.

A assembleia provincial reiterou o desejo de envolver o laicado nas actividades da animação missionária comboniana. O superior provincial, P. Alberto Silva, exortou os missionários a criar e a acompanhar também os «Cenáculos de Oração Missionária» e os grupos missionários paroquiais, uma vez que estes fazem parte das prioridades pastorais da província portuguesa para o presente sexénio.

Durante a assembleia houve também um momento festivo, que incluiu a celebração da Eucaristia seguida de um churrasco e sardinhada, para recordar os aniversários de consagração religiosa e ordenação sacerdotal de alguns missionários combonianos presentes. O P. Manuel Horta e os irmãos Valentim Rodrigues e António Borges celebram, neste ano de 2011, 50 anos de votos temporários, enquanto o Pe. Luís Filipe Dias completa 25 anos de ordenação sacerdotal e o Pe. Francisco Machado 25 anos de votos temporários.