Terça-feira, 8 de Janeiro de 2019
Muito parecido com o bispo da diocese de São Félix do Araguaia (MT). Muitas vezes foi confundido com D. Pedro Casaldáliga... O padre João Pedro Baresi era "apaixonado pela causa dos pobres”. A jornalista Adriana Dias escreveu: "Morre um profeta".

1. Morte de um Profeta

“Morre um profeta" é o título de um artigo publicado na "revistaforum.com.br", pela jornalista Adriana Dias, sobre a morte de Pe. João Pedro Baresi.

Muito parecido com o bispo da diocese de São Félix do Araguaia (MT), muitos o confundiam com ele, D. Pedro Casaldáliga, de origem espanhola, profeta, poeta e escritor, muitas vezes ameaçado até de morte por defender os necessitados, sendo estrênuo defensor dos direitos humanos. Seu lema é: "Humanizando a Humanidade".

Pe. João Pedro Baresi, nascido em 08 de outubro de 1936, em Gavardo, Diocese de Brescia (Itália), após o noviciado em Gozzano (NO) e o estudo teológico em Venegono (VA), foi ordenado sacerdote em 07.04.1962. Foi formador na Itália e, em 1974, partiu para o Brasil onde ficou até 2015, quando saiu definitivamente.

Testemunho: Opção pelos pobres

Padre Francisco Lenzi chama o Pe. João Pedro Baresi de "apaixonado pela causa dos pobres”. Sua prioridade e preocupação eram conhecer a vida dos pobres, suas lutas, suas necessidades. Com a sua intuição pastoral, extraída do exame da vida real do povo brasileiro mais necessitado, procurou ajudar o grupo comboniano a realizar uma evangelização mais eficaz nos subúrbios. Ele transmitiu algumas de suas intuições pastorais através da revista Sem Fronteiras que ele dirigia. Com uma inteligência especulativa e, ao mesmo tempo, prática, durante o período em que eu era provincial do sul do Brasil, Pe. Baresi sempre se mostrou disposto a servir o grupo comboniano, especialmente na preparação das assembleias provinciais. Para mim, ele foi um verdadeiro amigo e, hoje, confio em sua intercessão para mim, para a Congregação, para a Igreja e, sobretudo, para o Brasil que ele tanto amou".

No Brasil, trabalhou nas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), nos arredores de Vitória, na cidade de Nova Venécia, em Carapina, no Espírito Santo e em algumas periferias de São Paulo. Bem no espírito do concílio Vaticano II, promoveu entre todos um serviço eclesial mais amplo, ao qual as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e as pessoas da periferia participavam ativamente como protagonistas.

2. O padre Abel e a revista Sem Fronteiras

Todo mês ele publicava uma charge humorística na revista Sem Fronteiras. Criou o padre Abel, personagem que transmitia suas mensagens rápidas: “Esse padre Abel – assim o descreve o Pe. João Pedro - anda por todos os cantos do Brasil, com seu cajado. Seu comportamento de pessoa tímida e caladona lhe permite estar nos lugares mais impensados. Olha tudo, escuta tudo e vai matutando tudo em sua cabeça. Tem ligação direta com o Pai do Céu, com o qual desabafa sem parar. De vez em quando desabafa também com as pessoas deste mundo, mas sempre com poucas palavras, para aliviar a pressão que, em certos casos, ameaça fazer explodir sua cabeça e seu coração. Assim vai andando o nosso padre Abel... até que o irmão Caim o permitir”.

Em 1990 sob o título: Santas Palavras, Zezinho, o padre Abel (personagem), exclamava na revista Sem Fronteiras: “Santas palavras, Zezinho, (José Sarney) aquelas que você soltou na hora de sua agonia presidencial: ‘Grande parte da culpa pela grave crise da sociedade brasileira recai sobre a Igreja, que se desviou de seu papel tradicional de orientar os fiéis para os valores morais da família e da sociedade’”.

A resposta bem humorada do padre Abel não demorou: "Eu pensava que a culpa fosse do presidente biônico e incompetente, dos baixos salários, da falta de moradias, escolas, transporte, hospitais... Do governo que nunca cumpriu com as promessas de fazer a reforma agrária, de respeitar os direitos dos indígenas, dos negros e de todas as minorias e maiorias oprimidas. Eu pensava que a culpa fosse dos maus exemplos que vinham de Brasília, da violência bruta e dos abusos da polícia.

Mas, pensando bem, a Igreja tem muita culpa, porque incentivou as reivindicações dos pobres, denunciou os poderosos, apoiou a organização popular.

Bons tempos aqueles, quando padres, frades, freiras e bispos ensinavam ao povo a pedir a bênção aos coronéis e a baixar a cabeça diante de vereadores, prefeitos, governadores e presidente!”

E o padre Abel concluía assim: “Eu proponho Sarney para bispo ou cardeal!”

Em outra ocasião, o padre João Pedro, vendo as máquinas da prefeitura destruírem os barracos dos pobres da favela, desabafava por meio do seu personagem padre Abel: “Vejo pobres chorando, no maior desespero, enquanto máquinas derrubam seus barracos.

Eu digo: “Malditos aqueles que destroem a casa do pobre”.

Eles respondem: “Estamos simplesmente cumprindo a ordem do juiz”.

Repito: Maldito quem manda destruir a casa do pobre!”

Ele se defende: “Eu simplesmente aplico as leis”.

Insisto: “Malditas as leis que permitem destruir a casa do pobre!”

Reagem: “Mas as leis foram feitas pelos representantes do povo”.

Reafirmo: “Malditos aqueles que mandam destruir a casa do pobre!”

Praticamente, esta continuou sendo uma das tónicas de quase todo o conteúdo de Sem Fronteiras, revista dos Missionários Combonianos, dirigida por Pe. João Pedro.

Ele recebia refugiados políticos da Colômbia e do Peru, mães e filhos, e não economizava tempo nem dinheiro para ajudá-los, apoiando-os financeiramente em suas primeiras necessidades, procurando um emprego digno para eles e ensinando como se inserir na sociedade em uma terra estrangeira.

Padre João Pedro Baresi: Amigo, próximo e pronto a ajudar todos.

Testemunho: Solidariedade e Vida pobre

"Em 1983 – escreve o P. Giovanni Munari (atualmente na Itália) – o Pe. João Pedro Baresi foi um dos promotores de uma iniciativa que foi muito conhecida e divulgada: "5 x 2". Eram anos de elevado índice de desemprego. Inspirado pelo milagre dos 5 pães e dos dois peixes, surgiu a ideia de reunir 5 famílias de pessoas com trabalho normal para adotar 2 dos desempregados, para que, pelo menos, não faltassem alimentos em suas casas. Foi uma iniciativa que teve grandes repercussões, pois chegou até aos jornais e teve o apoio explícito do cardeal de São Paulo."

Como formador dos estudantes combonianos no escolasticado de S. Paulo, o Pe. João Pedro desejava que eles vivessem em ambientes populares, se adaptassem à vida dos humildes e assumissem as suas lutas. "Pe. João Pedro e a maioria dos formadores – continua Pe. Munari – pensavam que a formação deveria acontecer em pequenos grupos, permitindo que eles entrassem no caminho da Igreja Latino-Americana, e que a escolha dos pobres deveria ser feita na prática, indo para o meio dos pobres, partilhando sua vida e preocupações. Era necessário ir à escola dos pobres, porque não faz sentido partir se não for para compartilhar a vida das pessoas, sua história, seus ritmos e suas dificuldades. A pedagogia de Paulo Freire propunha essa aprendizagem a partir de baixo e o Pe. João Pedro Baresi levou este estilo para a vida cotidiana, a comida, a maneira como organizou a casa, a distribuição das tarefas entre todos”.

Pe. João Pedro, imediatamente, sintonizou com esse sentimento, por isso, em 1981, contradizendo a opinião de alguns responsáveis pela formação, transferiu a casa de formação do ambiente de classe média-alta para um bairro suburbano, socialmente abandonado pelas autoridades. "Não foi fácil convencer todos os jovens combonianos estudantes – conta Pe. Carlos Bianchi – nem o Secretariado Geral da Formação. Mas, no final, todos se renderam à firme decisão de Pe. João Pedro. E a escolha acabou sendo profética!"

3. Sem Fronteiras e profecia

Quando assumiu a direção da revista Sem Fronteiras, Pe. João Pedro manifestou por meio dela todas as suas intuições sobre a pastoral pós-conciliar do Vaticano II, seguindo o Documento da Conferência de Medellín (Colômbia, 1968), e o Documento de Santo Domingo (República Dominicana 1992), transferindo o foco de uma teologia sacramental para uma teologia de mais inculturada, atenta ao contexto, inspirada, acima de tudo, pela passagem do evangelho de Mateus (25,31-46).

4. Novidade do Concílio Vaticano II

Pe. João Pedro foi entre os combonianos “um dos principais homens do Concílio – testemunha o Pe. Giovanni Munari – porque conseguiu entrar imediatamente em sintonia com as novas perspectivas que vieram para a Igreja a partir daquele grande evento eclesial. Com uma inteligência muito viva e brilhante, ele estava naturalmente atento aos movimentos da história. Ajudou muitos jovens a escolher a vocação missionária comboniana e a consagrar-se ao serviço do Reino. Publicou o livro "Vocação Missionária– uma troca de ideias e experiências sobre o mistério humano e sobrenatural da vocação missionária, em tempos marcados por profundas mudanças e renovações em todas as áreas da vida humana". Na introdução, o autor expressa sua tristeza devida ao deplorável estado social do mundo: "Um corpo envelhecido, cansado e seriamente doente. Não raramente, é assim que se apresenta o mundo em que vivemos, no Brasil e também fora de suas fronteiras. O desencanto chega a ser tão grande, a ponto de nos fazer muitas vezes insensíveis à vibração de tantas pessoas que garantem juventude, força e vitalidade a este mundo, mantendo nele acesa a chama da esperança em relação ao presente e ao futuro".

Padre João Pedro Baresi: Muitas e muitos o recordam com saudade.

5. Agenda Latino-Americana

Todos os anos o Pe. João Pedro se tornava grande animador e divulgador da agenda Latino-americana. Preparada pelos redatores José Maria Vigil e pelo bispo D. Pedro Casaldáliga e editada pelo instituto Antônio Montesino, até hoje. A agenda é “sinal de comunhão continental e mundial entre as pessoas e comunidades que vibram com as grandes causas da pátria grande, como respostas aos desafios da pátria maior. A agenda Latino-americana é um anuário de esperança dos pobres do mundo, a partir da perspectiva latino-americana. Síntese da memória histórica da militância e do martírio da nossa América, ferramenta para a educação, comunicação e ação social. A agenda 2019 ensina a viver o provérbio africano: ‘Gente simples, fazendo coisas pequenas, em lugares pouco importantes, consegue mudanças extraordinárias’”.

Testemunho: Opção pelos últimos e os pequenos

O Pe. Rino Bonvini, médico e missionário comboniano no Brasil, recorda que o Pe. João Pedro “foi um grande exemplo para todos os missionários combonianos, um missionário de grande coração, amigo dos mais necessitados. Ele sabia incutir nos candidatos ao ministério pastoral a necessidade missionária da ‘opção preferencial pelos pobres’, os abandonados e marginalizados, alertando, como está fazendo, hoje, o Papa Francisco, para os perigos do clericalismo e de uma igreja acomodada e preocupada, principalmente, com celebrações estéticas e anestésicas".

A atenção e cuidado orientaram o Pe. João Pedro.

Testemunho: A firmeza no cuidado e atenção

Um precioso testemunho nos vem do comboniano D. Aldo Gerna, bispo emérito da diocese de São Mateus: "O anúncio do falecimento do Pe. João Pedro me tocou profundamente. Ele de fato esteve muito tempo na casa Daniel Comboni, perto da minha residência, aqui em Guriri, no estado do Espírito Santo. O contato foi diário e fraterno. Ele era o encarregado de acompanhar os anciãos combonianos residentes na mesma casa Comboni. Não me consta que fosse enfermeiro. Sua dedicação aos idosos era muito mais que edificante, muito inteligente e com certa firmeza, qualidade natural e, ao mesmo tempo, adquirida pela longa experiência.

Aqui ele fazia também o que lhe era solicitado pelos padres da paróquia, naquela altura (2014) ainda servida pelos combonianos. No serviço pastoral não era um repetidor mecânico de rituais, mas um pastor bem ativo e capaz, qualidades que lhe ganharam alguma reserva dos confrades. Na verdade, era um tanto profeta, sabendo perceber a direção sugerida pelos tempos”.

A jornalista Adriana Dias escreveu sobre ele: "Morre um profeta! O Pe. João Pedro Baresi participou das lutas indígenas em defesa de suas terras e territórios e foi simpatizante do Movimento dos Sem-Terra (MST).” Era realmente um profeta! Viveu mais de 40 anos no Brasil, entre os estados do Espírito Santo e São Paulo, atuando na Pastoral Operária, na Carcerária e na Comissão de Justiça e Paz. A revista Sem Fronteiras, dirigida por ele durante alguns anos, recebeu da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, em 2001, o Prêmio Santo Dias, por defender os Direitos Humanos. Padre Baresi sempre denunciou a opressão de modo direto. Durante a ditadura distribuiu, no estado do Espírito Santo, folhetos com mensagens de crítica ao regime e às prisões de inocentes, que a ditadura perpetrava diariamente.

Muitas de suas intervenções necessitaram coragem.

6. Intervenção política: "Não te é lícito!"

(Transcrevemos algumas mensagens impressas nos panfletos, pelo interesse que o tema desperta hoje).

Seu grito era: "Não te é lícito!"

[…] Quando nos solidarizamos com os sofrimentos das vítimas de prisões e torturas e participamos da angústia de seus parentes e amigos, reiteramos as graves advertências contidas em nossa mensagem de Brodowski, pátria do artista Cândido Portinari (SP) ‘Testemunho de Paz’ de junho de 1972. Falharíamos a um imperativo de consciência se não tomássemos a palavra de João Batista dizendo como o profeta: ‘Não te é lícito’. (Mc 6,18).

“Não te é lícito: efetuar prisões da forma como estão sendo feitas entre nós: sem identificação de autoridade coatora nem dos agentes que a executam, sem a comunicação do juiz competente dentro do prazo legal. (Cfr. Constituição – 1969 – Art. 153, inciso 1º)”.

“Não te é lícito: utilizar no interrogatório de pessoas suspeitas… métodos de tortura física psíquica e moral, sobretudo, quando levados até à mutilação, à quebra da saúde e até à morte como tem acontecido… (cf. Constituição – Art. 153, inciso 14º)”.

“Não te é lícito: privar os acusados de seu direito de ampla defesa ou prejudicá-los mediante ameaças nem prejulgar o acusado como réu, antes de julgado, nem protelar por tempo indeterminado o processo regular […]”

“Lamentamos, também, de modo especial a suspensão da garantia do “habeas corpus”. Colocamo-nos ao lado dos que pleiteiam essa garantia. É exatamente a sua falta que contribui não pouco a criar e a manter um clima de insegurança social. […]” “Terminando essa mensagem, lembramos aos opressores a palavra da Escritura: ‘Eis que a voz do sangue do seu irmão clama por Mim desde a terra’ (Gn 4,10). Não matarás. (Ex 20,13). ‘Não oprimas teu irmão’. (Lev 25,14). […]”

Nas paróquias onde trabalhou como missionário comboniano, sempre visitou as famílias do bairro, principalmente as pessoas doentes. Organizou círculos bíblicos nas famílias e turmas de crianças para a catequese, envolvendo a comunidade em prática solidária e desenvolvendo a consciência da partilha. Participou de lutas camponesas e indígenas pela demarcação de terras, junto ao movimento dos sem-terra (MST). Esteve ao lado da ocupação da universidade de São Paulo (USP) contra os decretos do governador de São Paulo, José Serra, em 2007. Participou do partido dos trabalhadores (PT) desde sua fundação. Sua vida deixa em nós a memória de um imenso legado de textos e exemplos de luta contra a opressão.

(Cfr. www.revistaforum.com.br/morre-um-profeta/)

7. Um comunicador nato e formador: instituto e povo

Testemunho: A formação de novos missionários

O Pe. Carlos Bianchi relembra, com saudade e carinho, o tempo de seminário, quando, o Pe. João Pedro era responsável pela educação e formação no seminário de Brescia (1969-1970). “Conversando com pais e parentes de seminaristas sobre a educação, uma vez, sua explanação foi tão inovadora e brilhante até encantar todos os presentes: ‘O desafio dos pais é o mesmo dos padres, ou seja, é necessário dar ‘autonomia’ aos adolescentes, para que eles se tornem sujeitos de sua história, atendendo ao chamado de Deus’. O Pe. João Pedro ajudava os jovens combonianos na partilha da oração; nesse momento ele revelava sua capacidade de escuta e assimilação. Ajudava a aprofundar o tema da vocação e ir além da experiência pessoal e comunitária dos seminaristas, ajudando-os a entrar em comunhão com o povo. Como psicólogo, ele sabia amenizar os traumas que os seminaristas carregavam dentro de si. Uma vez, por exemplo, aos seminaristas mais escrupulosos, por terem assistido às cenas do carnaval no Rio de Janeiro, o Pe. João lhes explicava candidamente: “Para esse povo, o carnaval é imagem do Reino de Deus, pois nele as pessoas superam suas dores e experimentam alegria plena: consigo mesmo, com os outros, e até com Deus!”

"Uma qualidade que sempre admirei em Pe. João Pedro - continua Pe. Carlos Bianchi - foi sua autenticidade e a capacidade de pagar pessoalmente. Foi assim que ele aceitou dirigir a revista Sem Fronteiras, assumindo as lutas dos mais oprimidos da sociedade brasileira”.

Pe. João Pedro com o Ir. Chico D'Aiuto.

8. Intervenção entre os Combonianos

Nas assembleias e retiros anuais, ele não perdia a oportunidade de insistir na necessidade de ajudar a comunidade comboniana do sul do Brasil a assumir a causa dos pobres. Como prioridade urgente de evangelização, o Pe. Baresi apresentava temas em defesa e promoção dos direitos humanos, da Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC), mostrando assim, mais uma vez, com lucidez e determinação, uma visão e intuição profética. Acima de tudo, ele deixou a todos um rico legado de serviço amoroso a Cristo presente nos mais necessitados (Mt 25,31-46).

Se a Igreja não o colocar oficialmente naquela moldura barroca da "Glória” de Bernini na basílica de São Pedro em Roma, certamente terá que escrever o seu nome na lista de seus filhos melhores. R.I.P.
Enzo Santângelo, autor do artigo 

NOTA: Se quiser aprofundar, oferecemos esta entrevista ao Pe. Baresi em 2012.