Segunda-feira, 3 de novembro de 2025
O Papa alertou para um cenário trágico no Sudão, devido à guerra civil no país africano, apelando a uma intervenção da comunidade internacional. “É com grande pesar que acompanho as notícias trágicas que chegam do Sudão, em particular da cidade de Al-Fashir, na devastada região norte de Darfur. [Foto © Vatican Media]
A violência indiscriminada contra mulheres e crianças, os ataques a civis indefesos e os graves obstáculos à ação humanitária estão a causar sofrimentos inaceitáveis a uma população já exausta por longos meses de conflito”, disse Leão XIV, desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação do ângelus, citado pela Ecclesia.
A guerra civil no Sudão, iniciada em abril de 2023, causou dezenas de milhares de mortes e obrigou mais de 13 milhões de pessoas a fugir das suas casas, transformando o país no cenário de uma das piores crises humanas da atualidade. “Renovo o meu apelo às partes envolvidas para que cessem o fogo e abram urgentemente corredores humanitários. Por fim, convido a comunidade internacional a intervir com determinação e generosidade para oferecer assistência e apoiar aqueles que se empenham em prestar socorro”, apelou o Papa.
Segundo dados do Programa Alimentar Mundial, mais de 24 milhões de pessoas estão em situação de fome no país, situação esta que se poderá agravar agora que se inicia o Inverno, e 1 em cada 3 crianças no país está gravemente malnutrida.
Leão XIV convidou os católicos a rezar “para que o Senhor acolha os falecidos, sustente os que sofrem e toque os corações dos responsáveis”, e acrescentou orações pela Tanzânia, “onde, após as recentes eleições políticas, eclodiram confrontos com numerosas vítimas”, acrescentou.
O Papa desejou que as partes envolvidas possam “evitar qualquer forma de violência e a seguir o caminho do diálogo”.
O Conselho de Segurança da ONU condenou na última quinta-feira ataque dos paramilitares sudaneses das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla inglesa) em Al-Fashir e o impacto devastador na população civil, perante relatos de atrocidades em grande escala. Num comunicado, os 15 Estados-membros do Conselho de Segurança manifestaram profunda preocupação com a escalada de violência em Al-Fashir, cidade-chave do Darfur tomada pelos paramilitares, e nos arredores.