«O P. Giovanni foi um missionário que viveu com grande simplicidade a sua vocação missionária comboniana e soube semear a palavra e o amor de Deus sem fazer ruído, deixando uma boa recordação no coração das pessoas que se cruzaram com ele» (P. Enrique Sánchez G.).
O P. Giovanni Fumach nascera em Pieve di Colognola ai Colli (Verona) a 5 de janeiro de 1927. Estudou nas escolas públicas e obteve o diploma de geómetra. Entrou como vocação tardia – com 27 anos de idade – no noviciado comboniano de Gozzano, onde emitiu os primeiros votos a 9 de setembro de 1956. Concluiu em Venegono os quatro anos de Teologia e foi ordenado sacerdote na Catedral de Milão a 2 de abril de 1960 pelo Cardeal Giovanni Battista Montini, futuro Papa Paulo VI. Os seus companheiros de noviciado e de escolasticado recordam-no como um homem de grande fervor, pontual em tudo e entusiasta, bem identificado com a sua vocação missionária e comboniana. Passou os seus primeiros catorze anos de ministério em Itália onde, entre outras coisas, de 1965 a 1069, ofereceu uma preciosa e competente colaboração na nova sede da Cúria Geral em Roma.
Em 1974 foi destinado ao México, onde permaneceu trinta anos, exceptuando um breve parêntesis na Costa Rica (1983). Foram anos de intenso trabalho e de uma actividade apostólica levada por diante sempre com entusiasmo. A sua primeira destinação mexicana foi a paróquia de Nossa Senhora de Guadalupe, que agora pertence à diocese de Nezahualcoyotl. Foi ali que ele teve de aprender o espanhol e de fazer a sua primeira experiência pastoral entre gente pobre.
Em Junho de 1975 o provincial, P. Gianmaria Pietro Piu, destinou-o à missão de Chiltepec, agora diocese de Tuxtepec, onde ainda o recordam como um pároco exemplar, dinâmico e empreendedor. «Do P. Giovanni tenho muitas recordações – escreve o P. Enrique Sánchez G. – mas certamente a mais viva é a sua alegria e a sua capacidade de estabelecer relações cordiais com as pessoas. Foi sempre um missionário de grande simplicidade, pelo que se sentia bem com as pessoas humildes e pobres. Era muito capaz de partilhar o seu tempo e de ficar com a gente sem fazer grandes prédicas: era precisamente o seu exemplo que deixava sempre uma boa recordação na vida de quem se cruzava com ele. Este aspecto foi-lhe de grande ajuda na sua missão entre os indígenas da Chinantla, na diocese de Tuxtepec, onde viveu certamente os melhores anos da sua experiência missionária no México».
Em março de 1978 partiu para as primeiras férias em família. Em junho de 1980, o novo provincial, P. Jaime Rodríguez S., agora bispo de Húanuco, no Peru, pediu-lhe para ir dar uma ajuda ao P. Giampiero Pini na paróquia da Sagrada Família, na capital da Costa Rica, encontrando no P. Giovanni uma disponibilidade exemplar.
Alguns anos mais tarde, foi-lhe pedido para substituir o P. Giorgio Dorin (destinado como formador ao Postulantado de Xochimilco) na missão de Jalapa de Diaz, comunidade de Ojitlan, da qual em maio de 1984 foi nomeado superior. Em julho de 1987 pôde realizar o seu grande desejo: uma peregrinação à Terra Santa. Ao seu regresso, foi mandado para o Postulato de Xochimilco para substituir como ecónomo e animador o cansado P. Sergio Pendin. Logo que o P. Pendin conseguiu retomar o seu serviço, o P. Giovanni foi destinado à Baixa Califórnia, onde conheceu gente nova e… o clima desértico do Vizcaino. Esta notável mudança não diminuiu o seu invencível e constante entusiasmo sacerdotal e missionário. Lemos novamente no testemunho do P. Enrique. «A última vez que me encontrei com ele na sua missão no deserto do Vizcaino, na Baixa Califórnia, estava sozinho, encarregado da pequena paróquia. Tinha muito trabalho, tinha de fazer tudo, e fazia-o bem e sem perder a serenidade. A sua grande preocupação era a organização do trabalho para entrar nas grandes plantações hortícolas que se encontravam naquela zona, onde trabalhavam centenas de indígenas vendidos ao estado de Oaxaca (onde tinha trabalho antes da sua transferência). Estas pessoas viviam em condições verdadeiramente difíceis e o P. Giovanni preocupava-se em levar-lhes alguma ajuda. Fazia-o com grande amor, pelo que era impossível impedir a sua presença no meio daquela gente».
Em 1995, foi novamente destinado a Tuxtepec. Com o passar dos anos, as forças físicas e os inevitáveis achaques da idade não lhe permitiram continuar mais as suas precedentes «correrias apostólicas». Por isso, foi destinado à Cidade do México, como ajudante na capela comboniana dos Mártires do Uganda.
É aqui que, após alguns anos, se manifestou no P. Giovanni o início de um Alzheimer que o fez destinar definitivamente à província italiana. Após oito longos anos passados no segundo andar da Casa Mãe de Verona, apagou-se a 6 de novembro de 2012. O funeral realizou-se em Pieve di Colognola ai Colli (VR), sua terra natal.
(P. Sergio Pendin)