Quarta-feira, 8 de outubro de 2025
Com espírito de ação de graças e fidelidade ao carisma recebido, convocamos solenemente o Jubileu dos 80 anos da presença dos Missionários Combonianos do Coração de Jesus em Moçambique, a ser celebrado de outubro de 2025 até outubro de 2026, sob o lema: “80 anos com a missão no coração”. Este tempo jubilar é Kairós de memória, conversão e profecia, em que somos chamados a reavivar o ardor missionário, a reler a nossa história com olhos de fé, e a renovar os compromissos. […]
CONVOCAÇÃO JUBILAR
Para a celebração dos 80 anos da presença
dos Missionários Combonianos do Coração de Jesus
em Moçambique
Outubro 2025 – Outubro 2026
Caríssimos irmãos,
Graça, paz e esperança no Coração transpassado de Cristo, fonte da nossa missão!
Com espírito de ação de graças e fidelidade ao carisma recebido, convocamos solenemente o Jubileu dos 80 anos da presença dos Missionários Combonianos do Coração de Jesus em Moçambique, a ser celebrado de outubro de 2025 até outubro de 2026, sob o lema: “80 anos com a missão no coração”. Este tempo jubilar é Kairós de memória, conversão e profecia, em que somos chamados a reavivar o ardor missionário, a reler a nossa história com olhos de fé, e a renovar os compromissos que o Plano Sexenal 2023–2028 nos inspira, à luz dos Escritos do nosso Fundador, da Regra de Vida e das Atas do XIX Capítulo Geral.
Texto bíblico inspirador: João 15, 5–8
João 15,5-9 já aparece como texto inspirador do caminho capitular e do processo de elaboração do Plano Sexenal. Enraizados em Cristo, fonte da missão, somos ramos vivos do seu Coração transpassado, chamados a permanecer nele para dar fruto abundante. Ao longo de 80 anos, a missão comboniana em Moçambique floresceu como videira plantada entre os pobres, sustentada pela oração, pela comunhão fraterna e pela entrega generosa dos seus obreiros. Cada comunidade, cada paróquia, cada gesto de evangelização é ramo que brota da seiva do Evangelho, em linha com o carisma de Comboni, que viu no Coração de Jesus o ardor para regenerar a África com a África. Hoje, como ontem, somos chamados a permanecer, a discernir, a renovar, para que a missão continue a ser fecunda, profética e encarnada. Sem Ele, nada podemos fazer.
Memória e Fidelidade
Celebramos com gratidão os 80 anos da presença dos Missionários Combonianos do Coração de Jesus em Moçambique, uma história semeada de fé, martírio, sacrifício e esperança, marcada por rostos, lugares e acontecimentos. Somos chamados a contemplar esta história com os olhos da fé, reconhecendo nela o plano de Deus.
A nossa presença missionária remonta aos finais de 1946, com a chegada a Nampula do Pe. Giuseppe Zambonardi, mas a fundação efetiva deu-se entre 1947-1951, com a chegada sucessiva de combonianos que marcaram profundamente o início da nossa missão: Em 1947, chegaram os PP. Miguel Selis, Quinto Nannetti, Silvio Caselli, e os Irmãos Riccardo Baggioli e Lamberto Agostini. Em outubro de 1948 e janeiro de 1951, chegaram os Padres Ezio Imoli, Bortolo Calvi, Vittorio Ruggera, Attilio Busi, Santo Pio Canova, e os Irmãos Antonio Schiavon, Mario Metelli, Andrea Morganti e Giuseppe Restani.
Estes pioneiros, com espírito evangélico e fidelidade ao carisma do Fundador, abraçaram os pobres como prioridade, fundaram missões, escolas, paróquias e centros de formação, e colaboraram com a Igreja local na construção de comunidades vivas e comprometidas, como nos recorda São Daniel Comboni: “O missionário deve ser homem de fé, de oração, de sacrifício e de zelo ardente” (E 3151).
Ao longo destas oito décadas, a missão comboniana em Moçambique foi marcada por:
▪ Inculturação do evangelho através do estudo das culturas locais e publicação de livros religiosos nas línguas locais.
▪ Fundação de paróquias que se tornaram centros de evangelização e promoção humana (escolas, centros de formação profissional e centros de saúde).
▪ Formação do clero local e de missionários Combonianos moçambicanos.
▪ Presença nos campos da justiça, paz e diálogo inter-religioso.
▪ Publicação da Revista Vida Nova e formação de catequistas e demais agentes de pastoral leigos para a dinamização da atividade evangelizadora.
Este Jubileu é, portanto, memória viva de uma missão que se enraizou no coração do povo moçambicano, e chamado profético para que cada comboniano hoje reacenda a chama da missão, com fidelidade criativa, espírito comunitário e paixão pelos mais pobres e abandonados.
Renovação missionária
Este Jubileu é também um chamado à renovação missionária:
▪ Requalificar a missão com ministerialidade contextualizada, escutando o grito da Terra e dos pobres (DC '22, 30–31; RV 18; Plano Sexenal IV.13–14).
▪ Revigorar a espiritualidade comboniana, enraizada no Coração de Jesus e na Palavra, como fonte de ardor e discernimento (DC '22, 13–14; RV 3; Plano Sexenal I.2–3).
▪ Fortalecer a vida comunitária, como Cenáculo de Apóstolos, intercultural e sinodal (DC '22, 17–20; RV 42; Plano Sexenal II.5–8).
▪ Aprofundar a formação, com qualidade, coerência e paixão pelo carisma (DC '22, 25–26; RV 81; E 2678; Plano Sexenal III.10–11).
▪ Promover a sustentabilidade económica, com criatividade, transparência e comunhão de bens (DC '22, 36–43; RV 162; Plano Sexenal V.19–24).
Gestos jubilares combonianos
Convidamos todas as comunidades combonianas e paróquias a:
▪ Celebrar solenemente a abertura do Jubileu em outubro de 2025, com liturgias, encontros e momentos de memória.
▪ Organizar peregrinações, retiros espirituais e formações sobre o carisma comboniano, juntamente com os outros membros da Família comboniana.
▪ Promover ações de justiça, paz e ecologia integral, como expressão concreta da missão hoje (DC '22, 30.1; Plano Sexenal IV.13).
▪ Reforçar a Obra do Redentor e outras iniciativas de animação missionária e sustentabilidade (Plano Sexenal V.15.7; V.19.6).
▪ Realizar iniciativas concretas em linha com a nossa opção pelos mais pobres e abandonados.
Que este Ano Jubilar seja tempo de graça e fecundidade, em que cada confrade, colaborador e membro da Família Comboniana se sinta chamado a reacender a chama da missão, como videira viva enraizada em Cristo, e como ramo fecundo da esperança comboniana. Celebramos 80 anos com a missão no coração, não como encerramento de um ciclo, mas como novo impulso pentecostal inspirado pelo ardor de São Daniel Comboni, que nos ensinou que “o missionário deve ser homem de fé, de oração, de sacrifício e de zelo ardente” (E 3151). Confiamos este caminho jubilar à intercessão de Maria nossa Mãe, São Daniel Comboni e Beato José Ambrosoli para que sejamos videiras vivas, ramos fecundos, presença profética no coração de Moçambique.
Roma, aos 8 de outubro de 2025
P. José Joaquim Luis Pedro, superior provincial