NOTICIÁRIO MENSAL DOS MISSIONÁRIOS COMBONIANOS DO CORAÇÃO DE JESUS

ASSEMBLEIA INTERCAPITULAR
Roma, 9-29 de Setembro

CARTA AOS CONFRADES

Roma, 29 de Setembro de 2018

Queridos coirmãos,

Saudamos-vos na paz de Cristo.

Na conclusão dos trabalhos da Assembleia Intercapitular, queremos dirigir-vos uma mensagem de comunhão e gratidão pelo que sois e fazeis no quotidiano da missão. Nestas semanas, estivestes presentes nas nossas orações e, certamente, também vós nos acompanhastes na revisão do compromisso missionário do Instituto, com o amor e a paixão de São Daniel Comboni.

Começámos por observar a nossa realidade e a dos povos com quem vivemos: não apenas a partir de dados e estatísticas, mas sobretudo com o olhar da fé e com um coração solidário. Perguntámo-nos como transformar o peso das situações num kairós de esperança. Viver hoje o carisma comboniano, dissemo-lo a nós próprios, é tomar consciência das transformações que estão a acontecer e aprender a mostrar o Deus da história, sempre próximo dos últimos da terra. A leitura da realidade, bela e trágica ao mesmo tempo, tocou-nos profundamente, chamando-nos à conversão pessoal e comunitária, para «ser missão» num mundo renovado pelo Evangelho de Jesus.

A missão, hoje mais do que nunca, pede coerência de vida e uma espiritualidade cada vez mais próxima a Jesus e ao seu projeto. Não podemos viver a missão sem levar a sério o seu chamamento à santidade.

O nosso carisma é claro e dinâmico, mas deve retornar às fontes que o renovam. O novo paradigma da missão, do qual fala o Capítulo, deve surgir da relação afetiva com a Trindade e tornar-se serviço à comunhão, gerador de novas relações humanas baseadas na justiça e na misericórdia. Estas relações de fraternidade devem renovar-nos a partir de dentro, levar-nos a uma opção radical pelos mais pobres e a cuidar da «casa comum». Somos discípulos missionários do Senhor ressuscitado, que devolvem aos povos e à criação a dignidade que, desde o princípio, receberam do Deus-Amor.

Dentro em breve, ireis receber uma síntese sobre o discernimento, a avaliação e a programação feitos em relação às diferentes dimensões da vida do Instituto. Demos atenção ao cuidado das pessoas e das comunidades, valorizamos a riqueza da experiência nos vários conti-nentes, acolhemos os desafios da interculturalidade e do compromisso missionário em contextos e sobre temáticas interprovinciais. Os vários relatórios apresentados ajudaram-nos a entender a situação atual do Instituto; aprofundamos o trabalho e as perspetivas dos secretariados da Missão (na sua nova estrutura com a Animação Missionária, JPIC e LMC), da Formação (de base e permanente) e da Economia. Fizemos memória viva dos nossos «santos e mártires» e detivemo-nos no acompanhamento específico dos nossos irmãos idosos e doentes.

Todos valorizaram particularmente o processo de revisitação da Regra de Vida, que está a favorecer uma partilha maior das nossas experiências e das expectativas mais profundas de cada um de nós.

Preocupações e esperanças fundiram-se em nós nestas semanas.

Escrevemos uma carta ao Papa Francisco para lhe expressar a nossa proximidade e apoio nas escolhas que cada vez mais parecem isolá-lo, mesmo dentro da Igreja.

Acompanhamos com alegria os esforços de paz no Sudão do Sul e entre a Etiópia, a Eritreia e a Somália, as etapas de reaproximação das duas Coreias e os desenvolvimentos de um novo diálogo entre a Igreja e o governo chinês com o acordo sobre a nomeação dos novos bispos.

Partilhámos a dor das famílias do naufrágio recente no Lago Vitória, na Tanzânia, e das vítimas de eventos climáticos extremos nas Filipinas, China, Estados Unidos e Nigéria. São apelos para incluir nas nossas preocupações missionárias também a grave crise socioambiental, provocada pelo atual modelo neoliberal de produção e consumo.

Condenámos o massacre dos civis inocentes na cidade de Beni, no Kivu do Norte, República Democrática do Congo, bem como as vítimas de grupos fundamentalistas pelo controle de recursos naturais, no norte de Moçambique.

A situação sempre preocupante da República Centro-Africana e a crise na Venezuela e na Nicarágua não nos deixaram indiferentes.

Rezámos pelo Pe. Pierluigi Maccalli, SMA, sequestrado por fundamen-talistas islâmicos no Níger.

Chorámos a morte de mais de cem migrantes no Mediterrâneo e refletimos sobre a vida precária de muitos migrantes que fogem da guerra, da fome e das mudanças climáticas em muitas partes do mundo.

Vimos nesta humanidade sofredora o povo da promessa, a caminho dos novos céus e da nova terra (2Pd 3, 13) onde a justiça terá uma morada estável. Cabe a nós missionários preparar e abrir este caminho!

No final do encontro, todos nos comprometemos a renovar o carisma missionário recebido de Comboni, a quem repetidamente invocámos na nossa assembleia. Que seja ele a conduzir-nos neste tempo e a projetar-nos com esperança no futuro.

A ele, finalmente, confiámos o trabalho nestes dias.

A Assembleia Intercapitular

Desenvolvimento dos trabalhos

De 9 a 29 de Setembro realizou-se em Roma, na Cúria Generalícia, a Assembleia Intercapitular, na qual tomaram parte os provinciais e delegados das circunscrições, os membros da Direcção Geral e alguns convidados.

A Missa de abertura foi presidida pelo Padre Geral, P. Tesfaye Tadesse Gebresilasie, que dirigiu uma saudação aos presentes, recordando também o falecido P. Rogelio Bustos Juárez. M. Luigia Coccia, Superiora Geral das Irmãs Missionárias Combonianas, falou logo a seguir, recordando as principais colaborações entre os dois Institutos e formulando votos de uma sempre maior cooperação.

O P. Pietro Ciuciulla, assistente geral, apresentou depois brevemente os participantes e recordou os objectivos do encontro: verificar a realização das decisões do Capítulo Geral de 2015 e estudar novas vias para continuar a sua execução (RV 144); ser um momento de encontro e de trabalho entre o Conselho Geral, os superiores de circunscrição, os secretários gerais e os Irmãos referentes continentais; crescer na comunhão, na partilha e no serviço da Autoridade; ter uma visão de conjunto e comum do Instituto a meio do caminho entre um Capítulo e o outro; encontrar juntos novas estratégias para continuar a caminhar no caminho traçado pelo último Capítulo; olhar juntos para o futuro com esperança num mundo complexo e carregado de sofrimento e encorajar-nos reciprocamente.

Depois do dia de retiro, segunda-feira, 10 de Setembro, orientado pelo P. Ferruccio Brambillasca, Superior Geral do PIME, os trabalhos propriamente ditos começaram terça-feira, 11 de Setembro, com a relação do Conselho Geral, apresentada pelo P. Tesfaye Tadesse. Seguidamente o Ir. Alberto Lamana Cónsola, assistente geral, apresentou as estatísticas do pessoal comboniano. De tarde apresentaram as suas relações o P. Umberto Pescantini, Secretário Geral, o Ir. Mario Camporese, responsável da Biblioteca da Cúria, e o P. Piergiorgio Prandina, do Departamento histórico e Arquivista geral.

Quarta-feira, 12 de Setembro, iniciou a apresentação das relações dos Secretariados e departamentos gerais: o P. Mariano Tibaldo apresentou a relação do Secretariado Geral da Missão, seguido de um momento de perguntas e esclarecimentos. O P. Dario Bossi colheu a ocasião para apresentar a proposta feita no Fórum Comboniano (Salvador da Baía, 10-19 de Março de 2018) de organizar um Fórum Social Comboniano a nível continental ou internacional sobre a ministerialidade social. O P. Arlindo Pinto e o Ir. Alberto Lamana apresentaram a relação do Departamento Comunicações, precisando que é um sector da Direcção Geral, aferente ao Conselho Geral e à Secretaria Geral, que organiza sobretudo a comunicação, a identidade e a imagem externa do Instituto. O Ir. Lamana apresentou o novo logotipo explicando que é o resultado de um longo processo de reflexão que contou com a participação de um grande número de Combonianos. Dos 40 confrades presentes na Assembleia, 31 votaram a favor do novo logotipo (3 iuxta modum e 6 abstiveram-se).

De tarde, o P. Arnaldo Baritussio, Postulador Geral, depois de um breve vídeo sobre o P. Ezechiele Ramin, apresentou a situação actual das causas dos Combonianos: o Venerável Giuseppe Ambrosoli; os Servos de Deus Ezechiele Ramin, Bernardo Sartori, Antonio Maria Roveggio e Ir. Giosuè dei Cas.

O dia de quinta-feira, 13 de Setembro, foi dedicado à relação do Secretariado Geral da Formação, do P. John Baptist Keraryo Opargiw, e à do Secretariado Geral da Economia, do P. Claudio Lurati. O P. Siro Stocchetti falou da Formação Permanente, em particular dos cursos organizados para os confrades nas diversas fases da vida a nível de todo o Instituto.

De sexta-feira, 14, a segunda-feira, 17 de Setembro, foram apresentadas as relações por continentes. As relações das províncias – cada província tinha preparado a sua – não foram lidas na sala, mas colocadas à disposição de quantos estivessem interessados. A primeira relação foi a da África anglófona e Moçambique, apresentada pelo P. Austine Odhiambo Radol, provincial do Quénia, enquanto de tarde, o P. Joseph Mumbere Musanga, provincial do Congo e coordenador do subcontinente África francófona, apresentou a relação da África francófona; o Ir. Jean Marie Mwamba Kabaya falou dos candidatos Irmãos.

A segunda semana da Assembleia iniciou com a apresentação, segunda-feira, 17 de Setembro, da relação de América/Ásia feita pelo P. Enrique Sánchez González, provincial do México e coordenador do continente América/Ásia, e pelo P. David da Costa Domingues, delegado da Ásia. Da realidade dos Irmãos falou o Ir. Alberto Degan, que trabalha no Centro Internacional de Irmãos (CIF) de Bogotá, na Colômbia.

Na segunda-feira de tarde, o P. Giovanni Munari, provincial de Itália e coordenador do continente europeu, apresentou a relação sobre as circunscrições da Europa. Depois da intervenção foi dado espaço a clarificações e perguntas sobre os diversos sectores e actividades.

Terça-feira, 18 de Setembro, falou-se da requalificação do trabalho missionário e da revisão dos empenhos nas circunscrições, sob a orientação do P. Mariano Tibaldo. Logo depois, os participantes reuniram-se em grupos por continentes e depois em plenário. O dia terminou com a apresentação à Assembleia das propostas elaboradas pelos secretários, fruto do trabalho dos dias precedentes.

Toda a jornada de quarta-feira, 19 de Setembro, foi dedicada aos processos de unificação e reestruturação dos Secretariados Gerais da Missão (EV, AM, departamentos JPIC e LMC), com o P. Mariano Tibaldo, e da Formação (de base e permanente), com o P. John Baptist Keraryo Opargiw. Foi aprofundado, entre outras coisas, o conceito do modelo de formação integral e da necessidade de implementar uma maior relação e interacção entre os Secretariados Gerais.

No fim da jornada foi lida e acolhida a carta pessoal a enviar ao Papa Francisco, assinada pelo P. Tesfaye Tadesse, para lhe agradecer o seu «testemunho de vida e os desafios para uma radical mudança de mentalidade e estruturas da Igreja e da sociedade» e para lhe manifestar a solidariedade dos Missionários Combonianos neste momento em que este seu empenho lhe «está a custar críticas, ataques pessoais e boicotes».

Quinta-feira, 20 de Setembro, o P. Jeremias dos Santos Martins, Vigário Geral, o P. Victor Hugo Castillo Matarrita e o P. Markus Lorenz Körber apresentaram o trabalho que a Comissão para a Revisitação e Revisão da Regra de Vida já realizou a nível provincial e continental. Foram apresentadas também as diversas propostas dos confrades chegadas até agora à comissão. Foi dito que a comissão não parte do zero, mas retoma a riqueza histórica do nosso Instituto. Relativamente à Revisão, não se trata – foi dito – apenas de reformular os textos existentes, mas também de considerar o caminho feito pelo Instituto nestes últimos 30 anos.

A manhã de 21 de Setembro foi dedicada ao tema da interculturalidade, desenvolvido pelo P. Palmiro Mileto, comboniano e perito em interculturalidade, que reconheceu incerteza e descontinuidade no enfrentar esta temática no seio do Instituto, individuando a sua possível explicação «num deficit de política orgânica que insira, do ponto de vista educativo, a dimensão intercultural como parte integrante do currículo do processo formativo».

De tarde, o P. Jeremias dos Santos Martins e o P. Aitor Jiménez Echave falaram da responsabilidade, honestidade e fidelidade pessoal e comunitária na vida religiosa e missionária.

Sábado, 22 de Setembro, os participantes na Assembleia fizeram uma pausa nos trabalhos, passando o dia em visita a alguns lugares históricos da Marisca, antiga região na província de Aquila.

A terceira semana iniciou segunda-feira, 24 de Setembro, com a avaliação do caminho feito relativamente à continentalidade, com dois testemunhos. Um, em contexto africano, do P. Joseph Mumbere Musanga e o outro, em contexto americano, do P. Dario Bossi. Falou-se também das línguas oficiais do Instituto, dos candidatos à vida missionária comboniana e do processo de revisão da RV: as Circunscrições trabalharão até Junho de 2019 e o trabalho da comissão continuará até ao próximo Capítulo Geral. Entretanto, as Circunscrições podem enviar ulteriores propostas que serão inseridas no texto que depois será apresentado ao Capítulo Geral.

Terça-feira, 25 de Setembro, foi dedicada à economia. O P. Claudio Lurati reafirmou a importância da transparência e dos controles das contas a nível pessoal, comunitário e provincial.

Quarta-feira, 26 de Setembro, o Ir. Alberto Lamana e o P. Jeremias dos Santos Martins fizeram o ponto da situação sobre a unificação das circunscrições e as províncias do Brasil e do Egipto-Sudão partilharam a sua experiência.

De tarde, o P. John Baptist Keraryo Opargiw falou da realidade actual dos Escolasticados e CIF e da programação das especializações.

Na manhã de 27 de Setembro o P. Fermo Bernasconi falou do «Serviço de Acompanhamento aos confrades em situações particulares» e o P. Angel Lafita da realidade e funcionamento da Procuradoria-Geral. Insistiu-se sobre a importância da formação permanente e sobre o facto de que o superior de circunscrição deve desenvolver o serviço de acompanhamento dos confrades com misericórdia, paciência, justiça e verdade na caridade.

De tarde, o P. Jeremias dos Santos Martins apresentou a 2ª parte do Directório da Direcção Geral e o P. Tesfaye Tadesse G., superior geral, falou do caminho em direcção ao próximo Capítulo Geral.

Na manhã de sexta-feira, 28, intervieram o Ir. Daniele Giusti, sobre a assistência a idosos e doentes na Província Italiana, e o Ir. Antonio Belpiede, OFM, sobre o Instituto misto (DC ’15, n.º 53) segundo o Direito Canónico e o caminho feito pela União de Superiores Gerais (USG) junto da Santa Sé para acelerar o pedido de conceder um privilégio aos Institutos religiosos e às S.V.A. clericais de direito pontifício de abrir aos irmãos religiosos o acesso aos cargos de governo.

De tarde, o Ir. Alberto Degan e o Ir. Alberto Lamana esclareceram a realidade dos Irmãos no Instituto, das Obras combonianas de promoção humana e dos Referentes continentais dos Irmãos.

O P. Tesfaye Tadesse G. retomou a palavra para comunicar o programa em ordem ao XIX Capítulo Geral 2021.

A Assembleia Intrercapitular terminou na manhã de sábado 28 de Setembro, com a celebração eucarística presidida pelo P. Pietro Ciuciulla.

Carta aos Irmãos

O Ir. Alberto Lamana encontrou-se em Roma com os quatro Irmãos referentes de cada continente. Juntos reuniram e avaliaram as sugestões surgidas nos encontros continentais dos Irmãos e o percurso formativo. A todos os Irmãos foi escrita uma mensagem que indica alguns desafios da missão e novas perspectivas ministeriais para a missão hoje.

Obra do Redentor

Outubro 01 – 07 RCA         08 – 15 TCH         16 – 31 RSA

Novembro     01 – 15 SS             16 – 30 T

Intenções de oração

Outubro – Para que os missionários sejam sempre portadores da boa nova em palavras e obras, construtores de fraternidade e de justiça. Oremos.

Novembro – Pelos Leigos Missionários Combonianos que celebram a sua VI Assembleia Geral, para que renovem o seu empenho perpétuo pela missão, aceitando os desafios de hoje e dando-se de modo autenticamente leigo e comboniano. Oremos.

Publicações

Siate il cambiamento che volete nel mondo, La Famiglia Comboniana e Giustizia e Integrità del Creato, organizado por P. Fernando Zolli e P. Daniele Moschetti, Agosto 2018. O livro propõe-se recordar – lê-se no Prefácio da Ir. Luigina Coccia e P. Tesfaye Tadesse – as experiências do Fórum Social Mundial e do Fórum Comboniano e o caminho feito pela Família Comboniana no campo da JPIC: «é uma reflexão que quer convidar-nos a aprofundar as motivações e as urgências deste ministério, que já se tornou uma dimensão essencial da comunidade cristã e das nossas comunidades missionárias. O livro já está disponível também em inglês e espanhol.

BRASIL

No final de Agosto, na casa provincial, houve uma sequência de encontros que relançam as prioridades da Província e concretizam algumas indicações importantes da Análise Institucional.

Durante dois dias, encontraram-se os representantes dos centros de defesa dos direitos humanos e da natureza fundados pelos Missionários Combonianos, na Província, em todos estes anos.

O objectivo deste encontro era criar uma rede de defensores dos direitos humanos ligados aos Combonianos, apoiando as situações de quem se encontrasse ameaçado ou em dificuldade, oferecendo uma espiritualidade missionária que os apoia e recebendo indicações e inspirações sobre a linha e as actividades da província.

Outros dois dias foram dedicados aos Combonianos que coordenam as paróquias em que trabalhamos. Partilhámos as nossas experiências e dificuldades, procurando também individuar os princípios que caracterizam a paróquia comboniana e o seu estilo missionário. Fruto do encontro será um documento de síntese, que defina algumas linhas-guia para a condução de uma paróquia missionária no Brasil. Consideramos que estes princípios sejam particularmente úteis para os confrades novos que chegam à província e iniciam um serviço deste tipo.

Por fim, foi dedicado um dia inteiro ao encontro e partilha dos superiores de comunidade. Orientados por uma psicóloga, aprofundámos os desafios do diálogo comunitário, evidenciando dinâmicas que favoreçam a resiliência e garantam a participação e a circularidade nas decisões.

REPÚPLICA CENTRO-AFRICANA

Situação dramática

Mons. Juan José Aguirre, Arcebispo de Bangassou, escreveu no mês de Setembro descrevendo a dramática situação da diocese e do País em geral, que se consome numa vergonhosa guerra civil. Bangassou, como boa parte da República Centro-Africana, está inteiramente tomada pela confusão e desorientação e por muito que a gente, sustentada pela fé e pela oração, procure um caminho que leve à paz, vive quase constantemente em pânico.

Até os gestos de reconciliação – as comissões para o diálogo, os grupos de encontro, mulheres pela paz, Justiça e Paz, etc. – se os agressores não se afastarem, não servem de nada. A cidade está ocupada por estrangeiros armados de kalashnicov. Bairros inteiros estão nas mãos de pessoas violentas e criminosas. Depois dos guerrilheiros Seleka, chegaram os grandes salteadores estrangeiros, atraídos pelos diamantes, pelo ouro e pelas matérias primas. Os 12.000 soldados da ONU nem sempre são de ajuda e muitas vezes tornam a situação ainda mais difícil.

É fácil perder a calma nestas condições, recolhendo cadáveres, segurando nos braços crianças até que parem as rajadas de fogo… A esta gente roubaram tudo menos a fé. De facto, apesar do cenário que Mons. Aguirre nos apresenta – quatro campos de refugiados, pessoas feridas na alma e no corpo, mulheres violadas, famílias dispersas, meninos das milícias anti-balaka com as mãos a escorrer sangue, padres e religiosas esmagados pelo peso das intimidações e das violências – muitos têm ainda desejo de fixar o olhar em Jesus crucificado para reencontrar motivos de esperança para o futuro.

ITÁLIA

Festival de cinema africano

Parte de novo o FESTIVAL DE CINEMA AFRICANO em Verona. Estamos na 38ª edição. Uma outra etapa de um percurso iniciado pelos Combonianos em 1981, com a única constante de ser fiéis ao sonho originário: documentar a evolução deste continente através do espelho das cinematografias das Áfricas.

A 38ª edição quer ser um fixar de imagem sobre a dignidade da pessoa e sobe as relações que constroem a dignidade. O festival desdobra-se por Verona de 9 a 18 de Novembro e pela província de 19 de Novembro a 9 de Dezembro em 20 localidades. Continuará na Sala África dos Combonianos na 2ª sexta-feira de cada mês de Janeiro a Junho com a secção «viaggiatori & migranti». Para as escolas estão programadas nove apresentações.

Museu africano

Dia 6 de Outubro inaugura-se uma exposição interessantíssima: «A dança dos espíritos». É uma exposição de uma trintena de obras de artistas africanos contemporâneos que dialogam com outras tantas obras de arte tradicionais. Convidados, os organizadores Bruno Albertino e Anna Alberghina.

A exposição permanecerá aberta até 9 de Dezembro.

Dia 23 de Outubro uma interessante conferência sobre «A África das formas: um duplo olhar sobre a vida dos objectos» com a participação da professora Marta Nezzo e da professora Emanuela Gamberoni, da Universidade de Pádua.

(Missionários Combonianos, Vicolo Pozzo 1, 37129 Verona, Tel. 0458092100, Telm. 349 1926644 Mail: milaniven@gmail.com)

PERU

A chegada ao Peru há oitenta anos…

Com uma delegação de quarenta fiéis da nossa paróquia, «Cristo Misionero del Padre» de Lima-Chorrillos, e diversos Combonianos, fomos a Pozuzo dia 21 de Setembro para recordar com gratidão a chegada dos primeiros três Missionários Combonianos do então ramo alemão à colónia austro-alemã: os padres Alois Ipfelkofer, Andrés Riedl e Miguel Wagner. Mais tarde chegou uma outra delegação, a da paróquia de San Martín de Pangoa, que beneficiou da entrega da paróquia de Pozuzo, feita para assumir San Martín, situada na selva e muito mais necessitada e extensa, com as suas 300 comunidades. Nem todos, contudo, estavam de acordo sobre a entrega da paróquia de Pozuzo, emblemática da nossa presença no Perú.

A recepção em Pozuzo foi muito cordial e generosa. Na Eucaristia, que teve lugar de tarde na capela de São José, construída em 1875, o celebrante recordou que, se junto ao altar estavam presentes cinco missionários de quatro nacionalidades, entre os quais o P. Joseph Maina, originário do Quénia. Isso devia-se à bênção do Coração de Jesus que o Instituto experimentou com a reunificação de 1979, que permitiu a internacionalização da província.

No museu «Padre Francisco Schafferer» foi recordada a chegada dos predecessores em 1859 e as desventuras e fadigas imensas que tiveram de enfrentar nos dois anos que empregaram para chegar do porto de Huacho ao seu destino. Dos 300 colonos – 200 tiroleses da Áustria e 100 da Renânia (Alemanha) – que tinham partido da Europa no navio «Norton», só 170 chegaram à «terra prometida». A perseverança e a fé do P. José Egg, que os encabeçava, fez-lhes ultrapassar todas as dificuldades, as intempéries e até a morte de alguns na travessia da cordilheira dos Andes.

Hoje, os habitantes de Pozuzo sabem ser os herdeiros desta rica história e cada dia de todas as partes do mundo chegam turistas a esta que é a única colónia austro-alemã existente no mundo. Pozuzo surpreende o visitante com as suas casas de tecto de madeira que recordam as construções tirolesas e todos fomos agradavelmente tocados perante esta cidadezinha limpa e cuidada, que gostaríamos fosse de exemplo para todas as cidades do Perú. (P. Alois Weiss)

PORTUGAL

Entrega de três paróquias

Dias 22 e 23 de Setembro os Combonianos restituíram ao cuidado pastoral da diocese de Aveiro as paróquias de Ponte de Vagos, Covão do Lobo e Santa Catarina.

Na tomada de posse do novo pároco, um sacerdote brasileiro, estavam presentes o vigário geral da diocese, o vice superior provincial, P. Victor Manuel Tavares Dias, e os dois Combonianos que serviram as três paróquias, P. António Aparício e P. Joaquim Pereira.

O vigário geral agradeceu aos Combonianos pela preciosa colaboração dada à diocese nestes seis anos em que seis Combonianos serviram as três paróquias.

Muitos paroquianos expressaram a sua pena por verem ir embora os Combonianos, mas também a certeza de que os missionários trabalharão noutras comunidades com o mesmo fervor pródigo nesta Igreja.

A entrega das três paróquias é consequência do encerramento da comunidade de Calvão, previsto no plano sexenal da província, em obediência aos Documentos Capitulares.

A animação missionária da zona, até agora coberta pela comunidade de Calvão, está confiada à comunidade de Viseu.

Rezemos pelos nossos defuntos

O PAI: Valentin, do P. Jean Philippe Koudjo Kunegbodzi Lokpo (RSA).

A MÃE: Herminia, do P. Miguel Angel Villegas (†); Elizabeth, do P. Antony Mkhari (MZ); Alicia do P. Hernández Jaime Pedro Pablo Leobardo (ET).

O IRMÃO: Mario, do P. Alberto Anichini (U); Cláudio, do Esc. Ricardo de Sousa Borges Rego (RSA); Bruno, do Ir. Rinaldo Pendin (U).

AS IRMÃS MISSIONÁRIAS COMBONIANAS: Ir. M. Clara Aravecchia, Ir. Vincenziana Propersi, Ir. Agnesilde Xotta, Ir. Flora Visentin.

AS SECULARES MISSIONÁRIAS COMBONIANAS: Loriana Pierotti, Maria de Fátima Figueiredo Tenreiro.