Quarta-feira, 25 de Junho de 2026
Desde o dia 11 à noite e até ao dia 13 de junho teve lugar em Viseu o já habitual encontro para os confrades da província com mais de setenta anos de idade. Esta iniciativa do secretariado da formação permanente visa ajudar os confrades nesta faixa etária a manterem activa a dimensão da formação permanente nas suas vidas.

Se o encontro do ano passado foi centrado nos cuidados (médicos e outros) a ter em conta no processo do envelhecimento mental e físico (orientado pelo Irmão Jorge dos Irmãos de S. João de Deus), o deste ano afrontou ao tema do “Relacionamento entre as pessoas na idade avançada” e foi orientado pela Irmã Paula Carneiro, das Irmãs Hospitaleiras da Idanha, com um acompanhamento do dia de reflexão em duas sessões via zoom.

A originalidade da reflexão esteve no facto que a Irmã Paula fez a sua abordagem do tema a partir da carta encíclica Dilexit Nos, apresentando o Amor de Cristo como modelo das relações na fraternidade apostólica, e sublinhando a importância do coração como lugar de encontro e comunhão entre as pessoas, e de construção de relações fraternas. O coração tem a ver com a comunicação com os outros, de uma dupla maneira: primeiro, como lugar da própria autoconsciência, isto é, da consciência que temos de nós próprios e da própria identidade; segundo, como lugar da consciência da alteridade, dos outros e da própria identidade, do Outro e da Sua Presença.

A reflexão entre os participantes, que se seguiu às exposições, guiou-se por três perguntas sugeridas pela Irmã Paula:

–  Que dons existem em mim que favorecem a comunicação fraterna?
– Quais as resistências, presentes em mim e que não se veem, à vida em fraternidade?
– Nesta etapa da vida que é que o Senhor me está a pedir?

A partilha mostrou-se fecunda, no sentido de recuperar os dons pessoais para a comunicação na comunidade e de superar as resistências. Este regresso ao coração na vida fraterna torna-se de particular importância numa comunidade missionária e apostólica, como é sempre a comboniana, mesmo aquela constituída por pessoas idosas. Poderemos “perder os sentidos físicos na velhice, mas não podemos perder os sentidos espirituais do coração” para reconhecer os sinais de Deus e vivermos em comunhão com Cristo e com os outros.

O segundo dia do encontro foi dedicado a uma agradável excursão às alturas da Serra da Estrela, concretamente a São Romão, em Seia; visitámos o Museu Natural da Electricidade, celebrámos a Eucaristia e subimos à Lagoa Comprida depois de termos saboreado um bom almoço, regressando a Viseu no fim da tarde.

Os agradecimentos dos participantes foram para a Comunidade de Viseu (particularmente ao P. Xavier), para a comissão da formação permanente, com os votos de que no próximo encontro sejamos mais, naturalmente mais rejuvenecidos.

P. Manuel Augusto L. Ferreira