Segunda-feira, 6 de outubro de 2025
Ontem, as Missionárias da Caridade celebraram a presença de um quarto de século em Adola, na Etiópia. Em amárico, a capital administrativa e cidade santa do povo Guji, chama-se Kibre Menguist. O padre Eliseo Citton – missionário comboniano da província italiana que trabalhou com o povo guji – presidiu à Eucaristia, que foi concelebrada pelos párocos de Qillenso (de que Adola faz parte) e de Soddu Abala, assistidos por um diácono capuchinho.

A missa jubilar foi muito participada por católicos das duas paróquias, uma verdadeira celebração cheia de vida e cor. As autoridades locais também marcaram presença. No fim da missa, os participantes visitaram algumas instalações, sobretudo onde os pacientes estão internados. Os jovens prepararam um drama e algumas danças típicas para animar a ocasião. Depois, os participantes ofereceram presentes às irmãs, agradecendo os 25 anos de serviço missionário sobretudo aos mais pobres entre os pobres em Adola e Soddu Abala.

Os festejos concluíram com um almoço partilhado que incluiu o bolo de aniversário.

As Missionárias da Caridade – as irmãs fundadas por Santa Teresa de Calcutá – chegaram a Adola no ano 2000. Começaram por viver em três contentores. Entretanto, o espaço expandiu-se e agora conta com um hospício com internamentos diferenciados para homens e mulheres, cozinhas e lavandaria, armazéns, um jardim infantil e uma escola de corte e costura, uma quinta e a casa da comunidade.

Dom João Migliorati, bispo de Hawassa, também construiu uma casa no espaço com vista à criação da diocese de Adola, que – projeto que, com a sua morte, foi congelado. A diocese de Hawassa é maior que Portugal.

As irmãs estão a construir um novo edifício para a escolinha e capela para os utentes. A capela original, tecida com canas-da-índia em estilo tradicional, foi destruída pelas térmitas. No hospício, internam pessoas com deficiência ou com doenças crónicas sem possibilidade de serem cuidadas em família (como a sida) e doentes terminais. Tratam também casos de malnutrição – sobretudo entre crianças e mulheres – e de tuberculose, servindo ao todo mais de 160 utentes. Também têm um berçário para bebés rejeitados.

As irmãs têm uma quinta que produz carne, vegetais, cereais e frutas para alimentar os internados. O infantário oferece a primeira experiência de escolarização a cerca de duas centenas de crianças, sobretudo pobres.

As missionárias, além da assistência sanitária aos doentes e do ensino na pré-escola e na escola de corte e costura, também colaboram na pastoral em Adola e Soddu Abala. Preparam crianças e jovens para a primeira comunhão e para o crisma e animam o grupo juvenil que reúne cada domingo à tarde no recinto da comunidade.

Aos sábados, os padres de Qillenso celebram a missa vespertina com os internados. É sempre uma festa.

O cemitério católico de Adola encontra-se no terreno das irmãs.

A presença das Missionárias da Caridade é uma bênção de Deus para os doentes, sobretudo crónicos e terminais, e para as duas paróquias com que colaboram na evangelização das crianças, dos jovens e das mulheres.

P. José Vieira, mccj