O P. Brosig nasceu a 7 de Outubro de 1924 em Waldenburg (Silésia), que naquele tempo fazia parte da arquidiocese de Breslavia. Günter pertencia àquela geração que teve de ir para a guerra sob o regime de Hitler. Em 1942, de facto, foi chamado para o exército e ficou envolvido no conflito até Maio de 1945, quando foi capturado pelo exército inglês. Libertado a 12 de Agosto de 1945, não sabia para onde ir, porque entretanto os seus pais tinham sido expulsos da Silésia, nem sabia onde os procurar ou se estavam ainda vivos. Mas precisamente enquanto se encontrava em casa de um parente em Hamburgo, recebeu uma carta em cujo envelope Günter reconheceu a caligrafia da sua mãe: foi grande o seu alívio em ter reencontrado os pais.
Entretanto, o desejo, que sentia desde há tempos, de ser sacerdote e missionário, tornou-se mais forte e inscreveu-se na Universidade de Bona para estudar Filosofia. Ao rever esses anos, contava sempre que tinha sido pobre e faminto, naqueles anos do pós-guerra.
Em 1947, entrou para o Instituto dos Missionários Filhos do Sagrado Coração (MFSC) como postulante em Bamberga prosseguindo os seus estudos. A 13 de Julho de 1949, fez a primeira profissão e a 16 de Março de 1952 foi ordenado sacerdote. Logo a seguir foi mandado para a África do Sul, para a diocese de Lydenburg. A missão na África do Sul foi interrompida só de 1967 a 1973, período em que foi nomeado superior-geral dos MFSC e se estabeleceu na sede provincial de Ellwagen. Depois desses seis anos, a 13 de Fevereiro de 1953, voltou a trabalhar na missão da África do Sul onde permaneceu até à morte, a 16 de Maio de 2006.
Durante a sua permanência na África do Sul, o P. Brosig trabalhou em diversos lugares. Primeiro em Glen Cowie, onde aprendeu a língua sepedi. Em 1958, com o Ir. Augusto Cagol, iniciou a missão de Probeeren-Mashabela. De 1961 a 1967, foi superior regional dos MFSC, embora não a tempo inteiro. Em 1962, interessou-se pela abertura de uma nova missão em Burgersfort, para bem cedo se transferir para Maria Trost, uma vez que o P. Andreas Nagler falecera num acidente de viação em Mount Anderson. Em 1966, foi para High Over, dando a possibilidade ao superior religioso de ser mais independente, até porque o seu papel se diferenciava do papel que o bispo local exercia sobre os Missionários Combonianos.
Depois do período como superior-geral em Ellwangen e o seu regresso à África do Sul em 1973, encontramo-lo primeiro em Luckau e depois em Glen Cowie, Mashabela, Burgersfort e por fim, em 1995, novamente em Glen Cowie até à morte.
O P. Konrad Nefzger, que considerava um privilégio ter vivido durante muitos anos com o P. Brosig, escreve que estava sempre disponível para ir para onde os superiores o mandavam; mesmo quando as transferências eram difíceis para ele, interpretava sempre a decisão dos superiores como a vontade de Deus e não antepunha nunca as suas exigências pessoais.
Em relação aos bispos da diocese mantinha uma atitude de lealdade. Prestou serviço sob Dom Johann Riegler, Dom Anton Reiterer, Dom Mogale Paul Nkhumishe e Dom Paul Mandla Khumalo e mesmo quando não concordava com as decisões tomadas, prestava sempre a sua colaboração sem nunca criticar tais decisões perante os outros. Costumava dizer que aqueles que eram demasiado críticos para com os bispos e discutiam habitualmente com eles não resistiriam no seu ministério. Uma qualidade admirável nele era o seu respeito para com todos. Se chegava a notícia de algum confrade que se comportava menos bem, entristecia-se mas nunca condenava ninguém. Muitas vezes, o seu único comentário era que se devia rezar por aquela pessoa.
Aqueles que viveram com o P. Brosig conheciam bem a sua extraordinária fidelidade aos deveres e aos horários. Respeitava fielmente os horários da oração, do ministério, da comunidade e das refeições e, até aos últimos dias, era extremamente pontual em tocar a campainha que assinalava os actos comunitários em Glen Cowie: independentemente dos outros, ele estava sempre presente!
Apreciava a vida comunitária e era acolhedor com todos. Quando, nos últimos dias, no hospital de Polokwane, alguém o ia visitar, apesar de não o reconhecer, agradecia-lhe várias vezes a sua visita. A sua vida espiritual era a fonte da sua fidelidade ao Instituto e às pessoas. Na oração mostrava total confiança em Deus e um amor profundo pelo Sagrado Coração, e este aspecto tornava-o solícito e atencioso com todos. Durante a última conversa que tive com ele, queixava-se de duas coisas que tinha notado: a primeira era que muitos iam comungar mas poucos se iam confessar. A segunda era que poucos se casavam na igreja: a sua tristeza era a tristeza do Bom Pastor.
Agradecemos ao P. Brosig pelo exemplo que nos deixou, mesmo se ele, provavelmente, dissesse: «Fiz apenas o meu dever.» Que descanse em paz para sempre com o Bom Pastor.
(P. Konrad Nefzger)