O P.e Vittorio Albertini nasceu em Negrar de Valpolicella, na província de Verona, a 20 de Junho de 1915. Terminado o ensino elementar, foi admitido a fazer o ensino básico e secundário no Seminário de Verona. Em Setembro de 1931, entrou no noviciado comboniano de Venegono Superior. Depois de ter frequentado o curso de Filosofia no Seminário Arquiepiscopal de Venegono Inferior, foi aluno durante o quadriénio teológico do Ateneu Urbaniano, em Roma; por conseguinte, após terminada a licenciatura em Teologia Sagrada, foi ordenado sacerdote a 8 de Abril de 1939. Após oito anos dedicados ao ensino nas escolas de Filosofia e Teologia do Instituto, ao ministério sacerdotal e à promoção missionária em Itália, foi mandado para Inglaterra, em 1947, para aprender inglês. O P.e Vittorio deveria ter partido cedo para o Sudão para ensinar em Yei, no Seminário Maior, mas as circunstâncias não permitiram a construção do seminário. Assim, os superiores mantiveram-no em Inglaterra durante quatro anos, confiando-lhe o cuidado do noviciado de Sunningdale como padre-mestre.
Destinado ao Uganda, empregou 25 dias de navegação até chegar ao porto de Mombasa. A 25 de Novembro de 1951, chegou a Gulu, a sua primeira destinação, no Norte do país. Aqui foi encarregado do ensino no Seminário de Lacor, mas sentiu imediatamente o desejo de exercer também o ministério pastoral nas redondezas.
No momento da sua partida para o Uganda, o superior-geral emérito, P.e Antonio Vignato, tinha-lhe recomendado vivamente fazer uma investigação aprofundada sobre os dois catequistas David Okello e Jildo Irwa, assassinados em Paimol, em 1918. O P.e Vignato tinha a peito sobretudo conhecer o motivo da sua morte. Depois de ter interrogado um grande número de testemunhas contemporâneas da tragédia de Paimol, preparou uma recolha de testemunhos que, devidamente traduzidos e ponderados, foram enviados para Roma para ser examinados por um membro da Congregação para as Causas de beatificação e canonização. O parecer do perito foi bastante favorável, tanto que encorajou a prosseguir a investigação e indicou quais pontos deveriam ser esclarecidos. Infelizmente o P.e Vittotio não pôde continuar este trabalho que, além do mais, em seguida se extraviou. Mais tarde, porém, a recolha foi reencontrada e quando, em 1996, a causa de David e Jildo é juridicamente iniciada, foi reexaminada e inserida na «Positio super martyrio», onde é citada dezenas de vezes com o título de «Recolha Albertina».
Em 1953, Mons. Giovanni Battista Cesana pediu-lhe para assumir o encargo de procurador diocesano, cargo que desempenhou, acrescentando-o às suas outras ocupações, sobretudo à de professor. Naquele tempo todas as missões do Norte do Uganda, ou seja também as que agora são parte das dioceses distintas, Weste Nile, Lira e Karamoja, dependiam de Gulu.
Ao mesmo tempo, colaborou sempre no trabalho pastoral das várias capelas dependentes da catedral de Gulu. Esta encontrava-se na periferia da cidade, mas a dado momento o P.e Vittorio apercebeu-se de que se tinha tornado inadiável a preparação de um lugar de oração no centro da cidade. Depois de várias dificuldades, adiamentos e “suores”, finalmente foi edificada a igreja em honra de Nossa Senhora do Rosário. O P.e Vittorio continuou a cuidar desta comunidade por mais cinco anos.
Tendo ficado livre da incumbência de procurador diocesano, retomou o seu ministério nas várias capelas. Quando depois foram instituídos os seminários nacionais, no início dos anos 1970, foi exonerado também do ensino no Seminário de Lacor e pôde ampliar a sua actividade pastoral. Foi-lhe confiada a zona de Layibi, que se encontrava a três quilómetros a Sul de Gulu e onde havia já um colégio orientado pelos Combonianos. No plano inicial de Mons. Cesana, a igreja do Colégio de Layibi devia servir também a população dos arredores, mas o pedido de assistência por parte dos habitantes das povoações circunstantes cresceu de tal forma que teve de se programar a construção de uma igreja à parte. No decorrer desses anos houve um florescimento de capelas gravitantes à volta da igreja central de Layibi.
Recordando os tempos de tensão e perigo durante o período de Idi Amin Dada (1971-1979), o P.e Vittorio escrevia: «As ameaças e o perigo de ser mortos já o sentimos várias vezes quase todos. Pessoalmente, senti-me ameaçado de morte pelo menos cinco vezes. Uma noite, os rebeldes vieram à missão de Gulu: queriam dinheiro e tive de os acompanhar aos vários aposentos, enquanto um deles mantinha a arma encostada à minha cabeça. Durante duas horas fui obrigado a permanecer ajoelhado, porque tinha uma pistola apontada na minha direcção; chegaram mesmo a disparar, mas sem me atingir. Durante uma minha visita à capela de Angaba, roubaram-me tudo. Um dia, enquanto estava a registar os certificados de baptismo na capela, na presença de muita gente que depois… desapareceu repentinamente, alguns homens entraram com a espingarda apontada e roubaram tudo. Outra vez, num dos períodos de maior terror, logo a seguir ao massacre de Pakwach, o P.e Romano vem ter comigo e diz-me: “Aqui matam-nos a todos! Vamos para o hospital, para junto do doutor Corti.” Os superiores enviaram a todos os Combonianos uma carta em que, substancialmente, diziam que cada um era livre de decidir se partir ou permanecer, mas nenhum se mexeu. Idêntica situação verificou-se em 2003, quando se difundiu a notícia de que Joseph Kony (chefe do LRA, Exército de Resistência do Senhor) ameaçava destruir as missões católicas, assassinar todos os missionários e ferir as religiosas. Mas também dessa vez ninguém se mexeu.»
Em 2009, o P.e Vittório encontra-se no hospital de Lacor (Gulu) para tratamentos médicos. Após uma queda e a consequente ruptura do fémur, foi transportado de urgência para o Hospital Ortopédico de Kisubi, em Kampala. Aqui faleceu a 2 de Fevereiro de 2011, com 95 anos. A urna repousa no cemitério da missão de Gulu.