O P. Antonio Mangili nascera a 5 de Novembro de 1917 em Ponte San Pietro (BG). Depois da escola apostólica de Brescia, em 1933 entrou no noviciado de Venegono e emitiu a primeira profissão a 7 de Outubro de 1935. Foi depois para Verona para terminar o liceu e seguir os estudos teológicos. Foi ordenado em Verona a 29 de junho de 1940. Terminada a teologia em 1941, permaneceu na Casa Mãe de Verona durante aos anos difíceis da guerra até 1947, encarregado do ministério e dos Estudos Combonianos. Durante sete anos foi também secretário, ainda que não oficialmente, do Superior Geral, P. Antonio Vignato.
De 1947 a 1957 foi destinado ao Vicariato Apostólico do Bahr-el-Ghazal, primeiro em Wau (1947-1949), depois em Bùssere (1949-1955), como reitor do seminário menor; por fim em Tonj e em Warap (1955-1957), sempre entre os Denka.
A missão de Wau, enquanto sede do vigário apostólico, era o centro motor da actividade das outras estações do vicariato. Durante dois anos, o P. Antonio foi secretário de Mons. Edoard Mason. Destinado depois como reitor para o seminário de Bùssere, desenvolveu este encargo importante e delicado durante seis anos. Foi também formador do seminarista que veio a ser depois o Cardeal Gabriel Zubeir Wako. Foram anos difíceis até que, depois da revolta e das desordens de Torit (Agosto de 1955), todas as escolas foram encerradas. Espalhou-se um clima de medo, de ansiedade e de suspeição. Tinha iniciado a campanha de acusações contra os missionários e a Igreja católica. Em 1955 o P. Antonio foi enviado para Tonj e depois para Warap, onde uma das primeiras necessidades a que teve de fazer face foi escavar um «verdadeiro» poço para aquela gente que não conhecia outra água senão a dos canais e dos charcos. A 8 metros de profundidade encontrou-se água límpida e abundante: foi uma grande alegria para todos. Ao mesmo tempo que a missão crescia, o governo começava a afastar os missionários.
Regressado ao país em 1957, para férias e algum repouso, o P. Antonio permaneceu aí até 1960: o primeiro ano como padre espiritual em Brescia, depois dois anos em Verona, na igreja de São Tomio.
Em 1960 foi destinado ao Equador, onde permaneceu 46 anos, ou seja, até 2006: de 1960 a 1962 na missão de Quinindé; dez anos (1962-1972) em Quito, como procurador do Vicariato Apostólico de Esmeraldas; de 1973 a 1982 na missão de San Lorenzo; de 1982 a 1986 como encarregado da Città dei Ragazzi de Esmeraldas; de 1986 a 1989 na paróquia «Vergine del Cammino», também em Esmeraldas; de 1989 a 1998 na paróquia de «El Cármen», na Arquidiocese de Portoviejo-Manabí, e de 1998 a 2005 na nova paróquia «Nostra Madre della Pace», El Paraíso-La 14, separada da paróquia de «El Cármen».
A mudança da África para a América Latina representou um choque cultural considerável, quer pela nova realidade que teve de enfrentar, quer pela nova língua que teve de aprender. Assim, durante o seu primeiro ano no Equador, o P. Antonio escreveu de Quinindé ao Superior Geral, P. Gaetano Briani: «Digo sinceramente que a minha experiência missionária anterior (no Sudão) não foi suficiente face ao que vim encontrar aqui: verdadeira pobreza, quase indigência, ambiente religioso muito duro; campo de trabalho extenuante. Mas após quatro meses estou muito mais sereno, ou melhor, sinto-me feliz pela missão que se me abriu».
Em Julho de 1990 teve a alegria de se unir em Roma aos seus confrades combonianos que celebravam as bodas de ouro sacerdotais. Nessa ocasião escreveu: «Chamado por Jesus ao apostolado missionário, e pela proteção materna de Maria santíssima fiel à vocação no Instituto comboniano durante estes últimos 65 anos, peço ao Senhor a graça de perseverar até ao último instante de vida, e assim cantar a acção de graças à Bondade Divina por toda a eternidade». Destinado formalmente à província italiana em 2007, o P. Antonio passou os seus últimos anos no Centro de Doentes de Milão, onde faleceu a 4 de Setembro de 2012.
Escreveu o P. Enea Mauri: «O P. António era atento e sensível: sabia entender as situações, os estados de ânimo e era capaz de criar relações autênticas. Era humilde e discreto, pobre e disponível sempre; não queria nunca incomodar e sofria em silêncio. Era um homem simples e apaixonado, mantinha-se atualizado, preparava-se e rezava. A missão, tinha-a no coração, segundo o estilo de Comboni».