In Pace Christi

Durante 47 anos, o P. Robert (Bob) Kleiner viveu a mais bela das aventuras, partilhando o Evangelho e servindo a gente em toda a parte como comboniano. Era gentil, generoso e amigo de todos. Depois de ter vivido uma vida intensa, voltou à casa do Pai nas últimas horas de sábado, dia 2 de Fevereiro de 2019, em Los Angeles, na Califórnia.

O P. Robert nascera em Cincinnati a 22 de Fevereiro de 1944, numa família numerosa, amável e profundamente religiosa. Frequentava a paróquia de São Pio X e entrou para os Combonianos no seminário do Sacro Cuore de Anderson Township (Forestville) para o liceu.

O noviciado e a Teologia levaram-no a San Diego, na Califórnia, e a Cincinnati, no Ohio (1966-1971). Foi ordenado sacerdote a 29 de Maio de 1971 na Catedral de San Pietro in Vincoli de Cincinnati.

Dois meses depois, estava em viagem para o Peru, para o seu primeiro encargo missionário na pequena cidade de Yanahuanca, numa alta montanha, a oito horas de carro de Lima. A sua paróquia nos Andes tinha 36 comunidades e o espanhol, que tinha estudado um pouco no seminário, tinha modo de «aprendê-lo sobretudo no campo de trabalho, celebrando a missa em diversas cidades de montanha», como escreveu ele mesmo num artigo de 2011.

Permaneceu no Peru três anos, mas diversos problemas de saúde, que não melhoravam com o clima frio da alta montanha, obrigaram-no a deixar a província. No arco de um ano foi destinado ao seminário da escola comboniana de São Francisco del Rincón, no México. Foi um período de seis anos, de 1976 a 1982, belo e fecundo.

Em 1982 foi destinado à paróquia de Santa Cruz de Los Angeles, onde permaneceu oito anos. Em 1991, deixou a soalheira Califórnia pela arquidiocese de Chicago, a cidade do vento. Juntamente com o P. Domingo Campdepadrós começou a trabalhar na paróquia de São Donato, em Blue Island, Illinois, e na vizinha paróquia dos Sete Santos Fundadores. São Donato tinha nascido como paróquia italiana, mas naquele tempo chegavam sobretudo imigrados provenientes de diversos países latino-
-americanos. Os desafios eram muitos até por causa do cruzamento e, por vezes, do confronto entre culturas diferentes, mas os dois confrades e os seus sucessores conseguiram formar uma sólida comunidade católica. 

O P. Robert permaneceu em Chicago até 2002. Depois de um curto ano sabático, foi destinado às paróquias combonianas de Santa Cruz e de Santa Cecília no South Side de Los Angles, onde ficou até à sua morte, à excepção de um ano de serviço na comunidade de Covina, empenhado na animação missionária.

Também estes anos foram marcados por uma saúde cada vez mais precária: em 2005, o P. Robert parecia tão próximo do fim dos seus dias que já se pensava em organizar o seu funeral. Surpreendentemente restabeleceu-se e, depois de um período de convalescença, pediu para voltar à sua actividade missionária, embora nunca se tenha restabelecido completamente.

O P. Robert não era grande orador, mas tinha uma aptidão especial para o contacto com as pessoas, independentemente do nível social a que pertencessem; muitos ficavam fascinados com o seu constante sorriso, com a sua imensa paciência e procuravam os seus bons conselhos.

Logo a seguir à sua morte, foram muitos os que vieram prestar-lhe homenagem e exprimir a sua admiração por ele. A urna foi transportada para Cincinnati para a missa na sua paróquia natal e a sepultura no túmulo de família.

«Valeu mesmo a pena: não trocaria nunca a minha vocação missionária por nada deste mundo. Sinto muita inspiração e amor estando e trabalhando com as pessoas. São a minha inspiração para seguir Cristo e a minha vocação ao sacerdócio». Possam estas palavras do P. Robert ser uma inspiração para todos nós.
(Lindsay Braud/Joseph Bragotti, mccj)