In Pace Christi

Benini Igino

Benini Igino
Data de nascimento : 18/02/1916
Local de nascimento : Mizzole
Votos temporários : 07/10/1940
Votos perpétuos : 07/10/1943
Data de ordenação : 28/06/1942
Data da morte : 28/09/2005
Local da morte : Milano

Último de onze filhos, o P. Igino Benini provinha de uma família, profunda-mente cristã, de agricultores. E foi precisamente no âmbito da família e da paróquia que teve origem a sua vocação. “Tinha onze anos quando ganhei o Prémio Roma na competição catequística da Associação Meninos Católicos de Itália e fui escolhido para representar a diocese de Verona perante o Papa Pio XI. Regressado de Ro-ma, sentia em mim um intenso desejo de me fazer sacerdote. Então, terminei a escolarização obrigatória e entrei no seminário diocesano. Quantos sacrifí-cios dos meus pais e de toda a família! Porém aprendi a lição de que para ter alguma coisa na vida era preciso muito sacrifício, muitas renúncias”.

No seminário, com o tempo, maturou a vocação missionária: “Invejava os seminaristas combonianos que iam à escola connosco e me pareciam todos santos que guardavam no coração o maior ideal que se possa imaginar: le-var Jesus aos homens que não o conhecem. O seu ideal acabou por me fas-cinar. Durante alguns anos resisti à voz do Senhor, depois rendi-me e sub-meti-me à voz do Espírito”. No seu diário, P. Igino continua: “Um dia de finais de Abril de 1946, enquanto a banda da aldeia tocava num ambiente de festa, a bordo de uma caleche ornada com flores e bandeirinhas, preparava-me para partir para a África. Foi o último choro e o último abraço com a mãe e depois a minha bênção com a percepção que não nos veríamos mais nes-ta terra , como de facto aconteceu”.

Depois de um período de rodagem na missão de Mupoi, P. Igino foi transfe-rido para Naandi e, a 19 de Janeiro de 1952, para Nzara como superior da-quela missão que estava apenas nos seus inícios. A fundação da missão, de facto, tem datação de 31 de Outubro de 1951.

Fazemos notar que Nzara se encontrava na zona reservada aos protestan-tes, mas P. Igino, com o seu carácter cordial, convenceu as autoridades a concederem-lhe espaço e transformou a humilde capela numa bela igreja com uma casa para os missionários e as irmãs.

Simultaneamente, iniciaram as conversões. Os primeiros a pedir o baptismo foram as mulheres dos cristãos que viviam o matrimónio more pagano. O trabalho entre os jovens foi mais difícil porque frequentavam as escolas pro-testantes. Mas, bem depressa os grupos de baptizandos se sucederam a curta distância fazendo aumentar o trabalho dos missionários.

O diário de missão resume a actividade do P. Igino e dos confrades com es-tas palavras: “Trabalham de comum acordo e com muita alegria insistindo na formação dos catequistas, na explicação do catecismo, nas visitas às povoa-ções e às leprosarias e no exercício da caridade”. Prossegue P. Igino “O a-mor ao catecismo foi-me inculcado pelo P. Ernesto Firisin, o homem da Pa-lavra de Deus, um dos maiores intérpretes do carisma comboniano, humilde, apóstolo zeloso, de intensa vida espiritual, que sabia de verdade ser solidário com todos”.

Uma das primeiras iniciativas que P. Igino introduziu em Nzara foi a Legião de Maria, convicto de que Nossa Senhora faria prodígios. E assim foi. De-pois, fundou o Bino Eklesia (o campo da Igreja). Cada cristão tinha de traba-lhar um pedaço do seu campo para cultivar produtos para os pobres. A che-gada das irmãs, a 22 de Maio de 1954, contribuiu para resolver o problema da formação das mulheres e das raparigas. A Peregrinatio Mariae, que P. Igino quis em todas as aldeias, serviu para incrementar a fé e a devoção a Nossa Senhora.

Em 1960, P. Igino foi expulso do Sudão meridional. Todavia teve o privilégio de poder ficar em Cartum onde continuou a sua vida missionária como se tivesse acabado de chegar da Itália, sem nunca pronunciar uma palavra de revolta pela sua expulsão do Sul. Estava convicto que se Deus o queria em Cartum, é porque teria bons motivos para isso. De facto, a Providência desti-nou-lhe uma abundante messe para cultivar.

Em 1977, encontrámo-lo pároco na paróquia de S. José, eregida canonica-mente nesse ano. Durante 25 anos, P. Igino orientou também os grupos de jovens (nadi) que fugiam do Sul por causa da guerra. Ensinava-lhes as ora-ções e o catecismo e, quando estavam preparados, eram baptizados. Para além de evangelizador foi o homem da caridade com todos os pobres neces-sitados de tudo.

O bem que P. Igino fez foi imenso porque nunca se cansava de catequizar. Traduziu também o catecismo e alguns livros de orações em várias línguas para ir ao encontro das exigências dos jovens do Sul que não conheciam o árabe e falavam as suas línguas.

Quando, em 1990, se apresentou a ocasião de voltar para o Sul do Sudão, foi o primeiro a partir, não obstante a idade avançada e a situação ainda pe-rigosa devido à guerra. Em 1994, teve de repatriar por motivos de saúde. Foi para Gozzano onde consumou os onze anos que lhe restavam no ministério (era faminto de ministério) e no cultivo do horto.

Alguns meses antes de morrer, P. Igino deslocou-se a Milão para tratamento. Aqui, durante a celebração das vésperas de 28 de Setembro de 2005, o Se-nhor veio buscá-lo. Depois do funeral em Milão, a urna seguiu para Verona, onde repousa na capela dos Combonianos no cemitério da cidade.