O P. Giovanni Meloni nascera a 12 de Julho de 1920 em San Gavino Monreale na Sardenha. Aos 10 anos é aceite no seminário menor de Carraia (Luca) e depois passou para o de Brescia onde terminou o ensino secundário. Em 1936 entrou no noviciado em Venegono e emitiu os primeiros votos em 1938. Frequentou a teologia em Verona, Brescia e Rebbio, até porque eram os anos da guerra, e foi ordenado sacerdote a 3 de Junho de 1944. Licenciou-se em Letras na Universidade Católica de Milão e especializou-se em literatura espanhola.
Depois de ter passado 20 anos em Itália (Venegono, Rebbio e Sulmona) em especial como professor e formador, foi destinado ao Equador, onde, depois de alguns meses na paróquia de Muisne, na ilha frente ao Oceano Pacífico, foi mandado para Esmeraldas. Aqui permaneceu durante quase todo o tempo do seu serviço missionário (28 anos), excepto um período de sete anos (1984-1991), quando foi mandado como director da Cidade dos Rapazes de La Paz na Baixa Califórnia, México.
O ensino foi a sua característica. Foi nomeado reitor do colégio católico «Sagrado Corazón de Jesus», quando este era um modesto instituto de educação com poucos alunos e poucos professores não muito qualificados. Em poucos anos, tornou-se o primeiro colégio da cidade. Deixado o reitorado do colégio, fundou, com a ajuda directa do ministério da educação, «o Instituto Normal Superior» para a preparação dos futuros professores do ensino básico de toda a província. Uma vez que para poder ser reitor era previsto por lei que se tivesse a nacionalidade equatoriana, em Julho de 1975 o P. Giovanni naturalizou-se.
Deixado depois também o Instituto Normal Superior aos Salesianos, empenhou-se na fundação da Universidade Católica de Esmeraldas, como secção destacada da Universidade Católica da Quito. Exonerado deste último encargo por ordem superior, foi encarregado da direcção da Cidade dos Rapazes em La Paz no México. Antes da sua partida do Equador, o Ministro da Educação conferiu-lhe a mais alta condecoração no campo da educação: a «Condecoración al Mérito Educativo de Primera Classe».
Se a educação dos jovens através da escola foi a ocupação principal do P. Giovanni, em segundo lugar estava o empenho na preparação dos catequistas das pequenas comunidades de Esmeraldas. Especialmente durante as férias escolares, ocupava-se da formação, tanto espiritual como didáctica e teológica, dos responsáveis leigos das pequenas comunidades rurais. Sempre, antes de cada encontro, preparava uma série de cadernos para lhes deixar uma guia simples e claro, para reler e estudar como base para a sua formação.
De regresso ao México, em Esmeraldas, o P. Giovanni teve o encargo de director espiritual do seminário menor do Vicariato.
No seu testemunho, o P. Alberto Doneda sublinhou que o P. Giovanni era muito estimado e apreciado por todos, especialmente pelos professores e pelos estudantes das escolas superiores (liceu) e da Universidade, pela sua amabilidade (educação, gentileza e compostura), pela sua afabilidade e pela sua competência nas diversas matérias que ensinou. Em duas ocasiões sofreu muito: a primeira, quando, no auge da sua carreira de professor a alto nível, foi enviado para a Baixa Califórnia, México, para dirigir a Cidade dos Rapazes, uma actividade muito distante da sua preparação cultural; a segunda, quando se deu conta que o sector da educação e do ensino (a missão e o mandato de “ensinar” ) era totalmente excluído dos planos combonianos no Equador, quer por ordens superiores quer por falta de pessoal.
Em 2000 o P. Giovanni foi destinado à província italiana com destinação a Arco. Faleeu em Verona a 15 de Outubro de 2010.
Num seu testemunho, o P. Teresino Serra recordou-o como o idoso sempre jovem de coração; o professor e o formador; o missionário que sonhava com a África, mas partiu com alegria para o Equador, onde se empenhou com todas as suas forças no campo da educação e se entregou sem se poupar; o “avô”, como era apelidado com afecto em La Paz; enfim, uma figura bastante desconhecida, porque não será fácil fazer um retrato deste sardo apaixonado da missão de Comboni. Certamente podemos dizer que nos seus noventa anos semeou muito. E quem semeia recolhe.