O P. Carlo Negri nasceu em Trovo (Pavia) a 7 de Fevereiro de 1921, o primeiro de nove irmãos, de uma família de condições bastante modestas. Aos dez anos entrou no seminário diocesano. Em 1936, quando frequentava o 5º ano do ensino básico, regressou da missão o P. Pietro Vai, jovem missionário comboniano, também ele de Trovo, esgotado após seis anos de vida missionária no Sudão (morreu nove anos depois, com apenas 36 anos). Carlo sentiu que o Senhor o chamava a substitui-lo e por isso a fazer-se missionário. Aconselhou-se com o padre espiritual mas a sua resposta não foi imediata e os superiores encorajaram-no a prosseguir os estudos no seminário diocesano. Assim em Agosto de 1943 foi ordenado sacerdote na igreja de Trovo pelo novo bispo, com a dispensa do Santo Padre porque tinha apenas 22 anos, isto é não tinha ainda a idade canónica. Mandado para uma paróquia, após ano e meio de trabalho intenso, pôde finalmente entrar nos Combonianos, em Venegono. Emitiu a primeira profissão a 15 de Agosto de 1946 e, poucos meses depois, partiu com 18 confrades para o Sudão, onde trabalhou nas missões de Bussere, Mboro e Deim-Zubeir.
Começou, portanto, para ele, o trabalho missionário, orientado sobretudo a tornar mais «humana» a condição daquelas tribos. A missão crescia, com a escola, o centro de estudos, a assistência sanitária, o catecismo, as conversões, os baptismos e no arco de poucos anos tornou-se muito florescente. Em 1957 o P. Carlo foi chamado a Itália, por dois anos, para o ministério e animação missionária primeiro em Riccione, depois em Pesaro.
Entretanto, no Sudão, depois da independência do País em 1956, crescia a pressão do governo contra as populações negras do sul e a situação política ia-se deteriorando. Em 1959 o P. Carlo foi enviado de novo para o Sudão.
Foi mandado para o ministério primeiro na paróquia de Wau e depois novamente na missão de Mboro. Em 1960 começou a expulsão e, com esta, encerrou-se a sua experiência missionária no Sudão. Regressado a Itália, aí permaneceu pouco mais de um ano como superior da casa de Crema.
Em Setembro de 1965, de facto, foi mandado para Espanha. Este período pode ser dividido em duas fases: a primeira – onze anos – corresponde ao seu empenho na fundação da província comboniana; a segunda muito mais longa, vinte e sete anos – vivida dedicando-se à animação missionária nos conventos de clausura. Nos primeiros dois anos, acompanhado por um confrade espanhol, visitou todos os seminários maiores e menores do país, que então tinham muitos seminaristas, muitos dos quais entraram no Instituto comboniano.
Nos nove anos seguintes teve o cargo de ecónomo, primeiro para a província ibérica (Espanha e Portugal juntos), depois para a província espanhola, dado que o Capítulo Geral de 1969 tinha criado duas províncias distintas. Em Espanha, era o período das construções: em Abril de 1967 foram inaugurados o noviciado de Moncada (Valência) e a residência de Madrid; em Outubro de 1968 foi adquirida a casa de Barcelona e construída a parte nova para os Irmãos coadjutores; mais tarde, foram iniciados os trabalhos para a construção de um seminário menor em Santiago e do escolasticado de Granada.
Em 1975, terminadas as várias construções, o P. Carlo deixou o cargo de ecónomo para se dedicar exclusivamente à visita dos conventos de clausura, pedindo orações pelas missões e pelos missionários, convicto de que «a vida contemplativa é a alma da missão».
Em 2004, também por motivos de saúde, foi destinado à província italiana e mandado para Rebbio de Como, a comunidade para confrades idosos, onde faleceu a 14 de Março de 2013.