In Pace Christi

Ferracin Giovanni

Ferracin Giovanni
Data de nascimento : 09/02/1930
Local de nascimento : Malo/Vicenza/Italia
Votos temporários : 09/09/1952
Votos perpétuos : 09/09/1958
Data de ordenação : 14/03/1959
Data da morte : 15/12/2013
Local da morte : Khartoum/SD

O P. Giovanni Ferracin nascera a 9 de Fevereiro de 1930 na povoação de Malo, província de Vicenza (Itália). Tendo entrado no Instituto comboniano, emitiu os primeiros votos em 1952. Foi ordenado sacerdote em 1959. Foi depois mandado para Inglaterra para o estudo do inglês e como professor em Stillington e em Mirfield. Destinado ao Sudão, chegou a Cartum em 1962 e foi destinado como professor ao Colégio Comboni.

Em 1969 foi chamado a ser padre-mestre dos noviços em Venegono, em Itália. Não era uma tarefa fácil porque havia muitas tensões quer no mundo eclesial quer na sociedade civil. O P. Giovanni, com a sua capacidade de diálogo e a sua simplicidade, conseguiu restabelecer confiança e harmonia nos jovens que estavam sob a sua direcção.

Entre 1976 e 1979 esteve em Espanha, mais uma vez como padre-
-mestre dos noviços, depois, durante dois anos, no Quénia (1979-1980) e, por mais dois, no Uganda (1980-1981), sempre empenhado em actividades ligadas à formação dos futuros missionários. Entre 1981 e 1987 foi provincial do Quénia.

Entre 1987 e 1997 o P. Giovanni permaneceu em Roma com o encargo de coordenador da comissão central para a Formação Permanente, outra tarefa delicada pela qual, mais uma vez, foi muito apreciado. Naquele período conheceu muitas pessoas às quais levou alívio espiritual com a sua amizade, a sua humanidade e sobretudo com o seu modo de falar da ternura de Deus. Muitos recordam-no ainda com afecto.

Em 1997 ficou feliz por poder voltar ao Sudão, a sua primeira missão, apesar do seu escasso conhecimento da língua árabe e, com a idade de sessenta e sete anos, recomeçou a dar aulas. Foi novamente destinado à comunidade do Comboni College. Em 2011 mudou-se para a comunidade de Omdurman.

O P. Giovanni era um homem de grande espiritualidade, sempre disponível e pronto para orientar retiros, acompanhar as pessoas na direcção espiritual e ajudar em quase todo o tipo de programa de formação permanente. Gostava de fazer uso de expressões breves, que sintetizavam a sua profunda espiritualidade, como por exemplo: «Jesus é o Senhor», «Obrigado, sim Pai», etc. A sua espiritualidade não o abstraía da realidade, mas dava-lhe aquela energia interior que o P. Giovanni exprimia em gestos concretos de caridade. Por ocasião do 50º aniversário de sacerdócio, desculpando-se com os confrades por não ter tempo para escrever algumas notas autobiográficas, recordava uma citação a ele particularmente querida, tirada de uma carta que Comboni tinha escrito de El Obeid a 13 de Julho de 1881, três meses antes da sua morte: «No mundo experimentei de tudo; e aprendi na prática, que acima de tudo se deve ter um grande amor a Deus, que dá à luz o amor ao próximo, que é a lei universal».

Tinha uma grande atenção para com os pobres e para com as pessoas que se aproximavam dele por qualquer tipo de sofrimento. Queria exprimir a bondade de Deus a todos e quando, por vezes, não tinha nada a oferecer, convidava a pessoa a rezar e a colocar a sua confiança no Senhor. Depois ia pessoalmente bater às portas de quantos tinham os meios para tornar eficaz a Providência de Deus.

O P. Giovanni era um homem alegre. Faleceu no terceiro Domingo do Advento, o domingo da alegria. Tinha ido a Qaria 10, um centro da paróquia de Omdurman, para as confissões e a Eucaristia. Não conseguiu terminar a sua última Missa. Tendo perdido os sentidos, foi levado para Villa Gilda, onde começou a restabelecer-se. Depois, na parte da tarde teve um segundo ataque. Faleceu quando à sua volta estavam a rezar. «Por Cristo, com Cristo e em Cristo… Ámen… Obrigado… Sim, Pai». Foram as suas últimas palavras.

A Missa e o funeral foram celebrados dia 16 de Dezembro em Cartum. O P. Giovanni foi sepultado no cemitério de São Francisco, ao lado de outros grandes missionários, entre os quais o P. Josef Ohrwalder.
O P. Enrique Sánchez González, Superior Geral, disse: «O Senhor chamou a si um grande missionário, um sacerdote extraordinário que nos deixa um exemplo verdadeiramente grande de vida missionária, de paixão pelos pobres, de grande amor pelo Instituto, um comboniano segundo o coração de São Daniel Comboni».
(P. Angelo Giorgetti)