In Pace Christi

O P. Ettore Pedrini nasceu em Trento a 16 de Outubro de 1921. Entrado no noviciado de Venegono, emitiu os primeiros votos em 1940 e dois anos depois os votos perpétuos. Frequentou o escolasticado em Verona, depois em Rebbio e por fim de novo em Verona, onde foi ordenado a 7 de Julho de 1946. Depois da ordenação, passou dois anos em Trento como promotor vocacional. Foi depois destinado ao Uganda e mandado para Londres, em Novembro de 1948, para o estudo do inglês. No Uganda trabalhou durante quase sessenta anos, em diversas paróquias: na missão de Lira-Ngeta (1950) como pároco, depois, como capelão e professor na Sénior de Nyapea (1951-1953), onde vários dos seus alunos se tornaram membros do Governo. De 1954 a 1956 foi de novo para Inglaterra por motivos de estudo. Frequentou, em Londres, o Goldsmiths College, onde obteve o B.A. da Universidade e o M.E.C. (Ministry of Education Certificate) que era necessário para ensinar ou gerir um instituto de estudos superiores no Uganda.

Regressado ao Uganda, durante um ano foi professor na T.T.C. de Lira e encarregado da paróquia. De 1958 a 1981 foi director da T.T.C. de Lodonga (St John Bosco T.T.C.), no West Nile: «Como professor e reitor do Instituto Magistyral de Lodonga – escrevia o P. Ettore – tive o privilégio de ajudar na formação de um significativo grupo de professores cristãos (mais de 400) que amam a Deus e praticam a sua fé e são uma boa semente espalhada pelas cidades e pelas aldeias mais recônditas, onde quer que há uma escola. Os nossos professores ajudaram-nos mais do que qualquer outro no anúncio da palavra de Deus e penso que deveremos procurar assisti-los, porque nos consideram como seus amigos».

Depois, durante 22 anos, até 2003, trabalhou em Arua-Ediofe com vários encargos: superior, ecónomo e empenhado no ministério.

Voltou a Itália por motivos de saúde, permanecendo sobretudo em Arco. Depois, em Fevereiro de 2007, novamente destinado ao Uganda, quando tinha já 87 anos, ficou felicíssimo por poder voltar à missão, na Paróquia de Ombaci, no West Nile, empenhado no ministério. Em 2009 foi definitivamente destinado à província italiana, primeiro em Arco e depois, em tratamento, em Milão, onde faleceu a 21 de Março de 2015.

O P. Antonio Solcia, que viveu com ele mais de 30 anos em Lodonga e Ombaci, recorda-o como «um grande homem e um santo missionário, de temperamento forte, sem medo de defender a sua opinião se a considerava apropriada, e por isso respeitado e temido mesmo pelos governantes e no Ministério. Era um homem de grande inteligência, gostava de ler e escolhia cuidadosamente os livros. Dotado de grande memória, tinha aprendido como autodidacta diversas línguas: inglês, alemão, francês, swahili.

Tinha um grande amor pelas pessoas que estavam com ele, respeitava a sua liberdade e estimava os talentos de cada um. Um seu hobby, um pouco também por necessidade, era a mecânica. Tinha construído uma garagem bem apetrechada e mantinha-se versado lendo também livros de mecânica.

No campo da instrução foi um verdadeiro pioneiro, um gigante. Todos os professores saídos da Magistral recordam-no com grande afecto e estima».

Na homilia da cerimónia fúnebre, também o P. Lino Spezia sublinhou o seu trabalho no campo do ensino, ao qual o P. Ettore dedicou grande parte da sua vida e das suas energias missionárias: «O P. Ettore teve grande confiança nos jovens com quem se encontrou e estimulou-os a conjugar a formação cristã com a cultura e com os empenhos que assumiam na sociedade e na paróquia».