In Pace Christi

Prevedello Celestino

Prevedello Celestino
Data de nascimento : 17/10/1950
Local de nascimento : Venegono Inferiore/Italy
Votos temporários : 04/05/1974
Votos perpétuos : 28/04/1977
Data de ordenação : 10/06/1978
Data da morte : 11/12/2020
Local da morte : Roma/Italia

Nasceu em Venegono Inferior (Milão) dia 17 de Outubro de 1950. Aos 24 anos, a 4 de Maio de 1974, faz os primeiros votos em Venegono, e depois parte como escolástico para Campala, onde permaneceu até à sua ordenação, a 10 de Junho de 1978.

Depois da ordenação é destinado ao Sudão, mas primeiro passa alguns anos em Zahle, no Líbano, para estudar o árabe. Em 1981 já está no Sudão, primeiro em Wad Medani e depois em Kosti, até 1987, ano em que é nomeado reitor do Seminário Diocesano de Cartum, até 1997. São tantos os sacerdotes e os bispos que passaram por este seminário; entre eles o arcebispo de Cartum Michael Didi e o bispo de Kosti, Tombe Trille, do qual o P. Celestino falava com muita estima e apreço.

De 1997 a 1999 esteve em Pádua, para a animação missionária; depois volta para o Sudão como professor, coordenador da pastoral na diocese de Cartum e também secretário da Conferência Episcopal sudanesa. A certa altura da sua vida, é-lhe proposto para ser bispo no Sudão do Sul, mas o P. Celestino declina a proposta. A partir de Janeiro de 2009 está de novo em Pádua como formador dos postulantes até 2018, quando manifesta o desejo de regressar ao Sudão e é destinado à província. Mas não permanece aí muito tempo porque, por causa da doença, teve de voltar para Itália. Assim, dia 1 de Novembro de 2018, é destinado à comunidade da Cúria como superior. Permaneceu aqui até ao fim.

O P. Celestino era uma pessoa alegre, sempre sorridente: esta era a sua característica principal. O seu sorriso deixava paz e serenidade. Era uma presença amigável, que inspirava confiança, na qual se via a alegria de viver! Na nossa comunidade, criou um ambiente distendido e acolhedor. Falava com todos, vinha aos nossos quartos falar connosco, preocupava- -se e assumia o cuidado de cada um de nós. A porta do seu quarto estava sempre aberta.

Pessoalmente, tive-o como amigo e colaborador, sempre disposto a ajudar, a dar uma mão num momento de dificuldade. Era uma pessoa que tranquilizava. Mesmo com as pessoas de fora era sempre acolhedor e, para os confrades, dizia «há sempre lugar nesta casa!». Uma segunda característica que quero salientar é que tinha a missão no coração. Do Sudão dizia: é a missão do Coração (referindo-se também ao livro do P. Vantini, que trabalhou toda a vida no Sudão). Falava com grande estima dos companheiros de missão, vivos ou defuntos.

Nunca se queixou da sua doença. Sabíamos que nem sempre se sentia bem. Também suportava os tratamentos com muita paciência, por vezes com um certo estoicismo, sempre com fortaleza de alma. O P. Torquato, no momento do funeral, dirigiu-lhe uma longa declaração da qual extraí-mos as linhas seguintes: «Quero dizer-te que foste um extraordinário dom de Deus, um sinal do seu amor por mim e por tantos. E devo dizer-te que foste um maravilhoso exemplo de vida. O teu amor pela missão e pela nossa família comboniana, a tua escuta quando podia confiar-te a minha experiência como missionário no Uganda e como sacerdote aqui em Roma, o sentir-me compreendido nas minhas dificuldades, a tua capacidade de acolher e ouvir, o teu desculpar sempre todos, foram preciosas lições de vida, inesquecíveis.

Como posso esquecer os teus olhos sempre sorridentes, aquela porta do teu quarto sempre aberta e acolhedora, aquelas últimas manhãs quando, às cinco da manhã, me pedias para te trazer o «mocaccino» que apreciavas tanto ou me mostravas as fotos das tuas desejadas Dolomitas e os sonhos de belas caminhadas pelos montes?»
(P. Jeremias dos Santos Martins, mccj)