Antonio nasceu em Santa Maria di Sala (Veza, Itália) a 14 de Agosto de 1928. Fez o noviciado em Gozzano onde emitiu os primeiros votos a 5 de Agosto de 1953. Depois de alguns anos em Verona, na Casa Mãe, foi mando para a comunidade Pellegrina, como formador dos aspirantes a Irmãos. Fez a profissão perpétua a 15 de Agosto de 1958 e, depois de alguns anos na Reitoria de Thiene como encarregado da casa, em 1968 foi destinado ao Brasil Sul, concretamente a São Mateus para ajudar na serração e na tipografia da diocese.
De 1978 a 1979, ajudava a manter o seminário comboniano de Jerónimo Monteiro, em particular em Burarama, uma das maiores comunidades da paróquia, pertencente ao município e à diocese de Cachoeiro de Itapemirim, no Estado do Espírito Santo, formada por italianos oriundos da região do Veneto.
De 1984 a 1987, foi enviado para Porto Velho, capital da Rondónia. A escolha da cidade tinha sido decidia pelo Conselho Provincial enquanto capital da Rondónia e em contínuo crescimento demográfico. A comunidade comboniana era aberta a todos, acolhia, além dos confrades de passagem, também militantes do CIMI (Conselho Missionário Indígena), da OPAN (Organização da Amazónia Nativa) e muitos outros que tinham necessidade de um tempo de descanso. Tornou-se uma caixa de ressonância para todos os problemas do território.
O Ir. Antonio trabalhou também em Ouro Preto do Oeste (RO) onde chegou em 1995, ano da inauguração da nova «igreja mãe», em substituição da antiga que tinha sido devastada por desconhecidos cinco anos antes.
Durante este período, um grupo formado pelo Ir. Antonio, o P. Manuel Valdez Treviso e o sociólogo comboniano P. Mansueto Dal Maso, foi destinado ao ministério indígena. O CIMI tinha nascido para defender os direitos dos povos indígenas, para a recuperação das suas terras, sendo os seus legítimos proprietários. Os nossos missionários procuraram difundir a cultura e a religião indígenas, de modo que pudessem ser preservadas e respeitadas, evitando qualquer manipulação por parte das igrejas ou do Estado.
Com a saída do P. Mansueto do grupo em 1985, o Ir. Antonio assumiu, provisoriamente, a coordenação da pastoral indígena, trabalhando entre os Uru-Eu-Wau-Wau, supostos Japaú, presentes no norte da Rondónia. «Os índios têm fome de dignidade, saúde, instrução – dizia o Ir. Antonio – uma religião que os ajude a viver. Fome de dignidade, porque o fundamento da dignidade de uma pessoa e de um povo são os seus direitos reconhecidos e respeitados. Aquilo que mais me tocou e é mais caro ao meu coração foi o sentido de comunidade que a festa tem para eles. Um forte sentido de comunidade que, no entanto, não destrói a diversidade, pelo contrário, valoriza-a através de cânticos, jogos e celebrações, sempre na linha da simplicidade e da fraternidade. Havia uma partilha em tudo».
«Um dia – escreve o P. Giovanni Munari – o Ir. Antonio deu-me a possibilidade de o acompanhar numa visita aos Uru-Eu-Wau-Wau. Fiquei admirado com o que vi. Tinha conquistado os índios e eles tinham-lhe permitido construir uma barraca de madeira no seio da sua aldeia que era a sua casa. Conhecia as pessoas pelo nome, falava com elas, falava de dificuldades e de problemas, anotava as coisas que deveria fazer uma vez regressado a casa: medicamentos, material escolar, instrumentos para o trabalho. Reunia tudo e levava-o. Levou tantos pequenos sinais de solidariedade e um compromisso de aumentar o seu raio de acção para ultrapassar os muros de indiferença e o preconceito que ainda envolvem as questões indígenas. Aquele era o seu trabalho na cidade: ir frequentemente aos municípios, procurar administradores públicos e à FUNAI (Fundação Nacional do Índio) para requerer os serviços necessários à aldeia, no campo da saúde, da instrução, da alimentação e da prevenção».
Em 2003, o Ir. Antonio e o P. John Clark foram enviados a Alto Alegre, no extremo norte do país, quase na fronteira com a Venezuela e distante das outras comunidades da província comboniana. Naquele município e no de Taiano, na altura, existia uma área delimitada de mais de 18 000 km2, com 16 casebres de indígenas Wapichana e Macuxi, que viviam em pequenos grupos de 100 habitantes e rodeados de grandes fazendas. Uma vez que as terras erram muito pobres, muitos indígenas deixaram tudo para viver na cidade e tornaram-se depois dependentes das ajudas do governo.
A última etapa da sua missão no Brasil foi em São José do Rio Preto (SP). Ali, o Ir. Antonio passou alguns anos ao serviço da comunidade. Ia fazer as compras e dava de boa vontade catequese aos jovens da paróquia Cristo Rei, naquele tempo servida pelos Combonianos. Depois de alguns anos, em 2013, pediu para voltar definitivamente a Itália. Após três anos em Limone, na casa natal do Fundador, foi transferido para Castel d’Azzano onde faleceu a 16 de Janeiro de 2021: Apesar de ter ultrapassado a infecção de Covid-19, não conseguiu recuperar as forças e as
suas condições foram piorando progressivamente.