In Pace Christi

Zen Angelo Carlo

Zen Angelo Carlo
Data de nascimento : 15/02/1923
Local de nascimento : San Zenone degli Ezzelini (Italia)
Votos temporários : 09/09/1950
Votos perpétuos : 09/09/1955
Data de ordenação : 26/05/1956
Data da morte : 03/02/2012
Local da morte : São José do Rio Preto (Brasile)

Nascido em San Zenone dos Ezzelini (província de Treviso) a 15 de Fevereiro de 1923, Angelo Carlo Zen era o sétimo de treze irmãos e irmãs. Terminado o serviço militar, retomou os estudos no Seminário episcopal de Treviso. Aos 25 anos entrou no noviciado comboniano de Gozzano (Novara), onde se consagrou à missão. Emitiu os votos temporários em 1950 e foi ordenado sacerdote a 26 de Maio de 1956, por Giovanni Battista Montini, futuro papa Paulo VI.

Por ocasião da sua Primeira Missa na terra natal, a mãe revelou-lhe: «Antes de me casar, fiz a promessa a Nossa Senhora de não comer fruta ao sábado, para poder ter a graça de um filho sacerdote. Agora sou a mãe de um sacerdote, a minha promessa é para toda a vida».

No ano seguinte, o P. Angelo voltou para Rebbio, como ecónomo local e com a sua simplicidade, disponibilidade e alegria distinguiu-se no acolhimento aos irmãos idosos.

Em 1959 foi mandado como director espiritual para Pellegrina, para a Casa de formação dos Irmãos combonianos. No ano seguinte aceitou ir para Tróia (Foggia) para ajudar na pastoral e na animação missionária.

Em 1960 foi destinado ao Brasil. A primeira etapa da sua missão foi a paróquia de São Gabriel da Palha, no norte do Estado do Espírito Santo, onde se ocupou da formação de grupos e associações laicais, da catequese, mandou construir uma igreja e um moderno seminário.

Entre 1966 a 1968, foi pároco de São Marcos, em Nova Venécia. Visitou as comunidades do interior num raio de mais de 50 quilómetros, continuando a levar por diante uma pastoral tradicional mas esforçando-se também por estudar e compreender os documentos conciliares nas numerosas reuniões promovidas pela diocese de São Mateus.

Entre 1969 e 1975 o P. Ângelo permaneceu na paróquia de Montanha, uma pequena cidade situada no extremo norte do estado do Espírito Santo. A paróquia, administrada pelos combonianos desde 1957, construía e geria várias estruturas para as obras sociais, entre as quais um hospital para as comunidades eclesiais da zona. Construiu um ginásio para os jovens e escolas de artes e ofícios, cujo financiamento dependia do Estado coisa que estava em desacordo com a renovada pastoral diocesana promovida pelo Concílio Vaticano II.

Sempre disponível perante as decisões dos superiores, em 1977 o P. Angelo deixou Montanha para assumir o encargo, com o P. Francesco Cioffi, da paróquia de Águia Branca. Depois de apenas dois anos de permanência nesta paróquia, foi mandado, em 1981, para Tangará da Serra, uma pequena povoação a 800 metros de altitude, formada por herdades para criação de bovinos, a 220 quilómetros de Cuiabá, a oeste do estado de Mato Grosso do Sul.

Foi depois destinado à paróquia de Santa Amélia, na cidade de Curitiba, capital do estado do Paraná, a sudeste do Brasil, onde desde 1978 havia um seminário comboniano, e onde o P. Angelo permaneceu dez anos, de 1984 a 1994.

Aqui, seguindo as indicações da diocese paranaense, empenhou-se em incrementar a pastoral familiar e a catequese, dando particular atenção às Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Nesse período o P. Angelo teve um acidente e fez um ferimento numa perna. Foi operado mas infelizmente a intervenção não resultou perfeitamente e a partir daí permaneceu coxo.

Com quase 73 anos, deixou a paróquia de Curitiba, destinado a São José do Rio Preto e aceitou o encargo de pároco da paróquia de Cristo Rei durante muitos anos, até que, em parte pela idade e em parte pelo enfraquecimento físico devido também ao esforço no andar, deixou a liderança da paróquia.

Mas permaneceu sempre activo. Aprendeu com entusiasmo a usar o computador para escrever, ler assuntos do seu interesse e comunicar com amigos, confrades e benfeitores. Tendo embora de valer-se de uma bengala para andar, durante vários anos continuou a trabalhar no horto, todos os dais, assumindo o cuidado das galinhas, dos peixes do seu pequeno aquário e dos canários. Continuou a celebrar a Missa para os Grupos de Nossa Senhora, as Associações de Madre Teresa de Calcutá, o Grupo Vox Dei, para os simpatizantes da Canção Nova e a fazer de capelão no hospital da cidade.

Mas o seu amor foi sempre orientado sobretudo para os sem abrigo, nos quais, com a sua contínua, benevolente e sorridente presença, com a Palavra de Deus e a Eucaristia, sabia incutir esperança num futuro melhor e pelos quais era recompensado com outra tanta amizade e afecto. O P. Angelo, internado no hospital de São José do Rio Preto, faleceu, após grandes sofrimentos, a 3 de Fevereiro de 2012.
(P. Vincenzo Santangelo)