In Pace Christi

O P. Erminio Tanel nasceu em Spormaggiore (TN) a 17 de Outubro de 1923. Depois do ensino básico, frequentado na terra natal, em 1937 entrou na escola apostólica de Trento, depois na de Brescia.

Passado ao noviciado de Venegono a 14 de Agosto de 1942, Erminio emitiu os primeiros votos a 15 de Agosto de 1944 e foi ordenado sacerdote em Milão a 3 de Junho de 1950 pelo Cardeal Schuster.

Foi enviado para o noviciado de Florença para a animação missionária até Outubro de 1951, quando partiu para Bahr el Ghazal, onde trabalhou em Thiet, Mayen e Nyamlell. Mayen era uma povoação dos denka tuic, a cerca de 200 quilómetros a nordeste de Kwajok entre o rio Lol e Bahr el-
-Arab. As periódicas inundações isolavam-no durante uns oito meses por ano. Os tuic, entre 60 e 80 mil pessoas, pareciam menos refractários do que os outros denkas ao cristianismo. Alguns jovens denkas instruídos e baptizados em Kwajok ou em Nyamlell tinham penetrado na região dos tuic e tinham lançado uma semente que tinha dado muitos frutos.
O P. Erminio chegou em 1952, com 29 anos. Já tinha aprendido a língua denka durante a sua estadia em Thiet. Naqueles anos, na euforia da declaração da independência do Sudão (10 de Janeiro de 1956), havia muita confusão: tinha sido prometida a liberdade de culto, depois desmentida, a possibilidade para os leigos cristãos irem à igreja ao domingo, depois retirada, e por fim tinha sido estabelecida a obrigação para todos os estudantes de estudar o alcorão.

Em Abril de 1956, o P. Erminio teve de deixar repentinamente o Bahr el Ghazal e ir apra Cartum porque lhe tinha sido retirada a licença de permanência naquela região. Em Janeiro de 1957, foi então para Mading-Aciueng, geograficamente pertencente ao Kordofão. A 11 de Junho de 1960 passou para Abyei, onde se tornou pároco. Mas, a 17 de Março de 1964, a ordem de expulsão dos missionários do Sudão, com apenas 48 horas de tempo para partir, chegou também aos de Abyei, embora o posto missionário fosse a Norte. No dia 20, com o carro escoltado pela polícia, os missionários chegaram a El Obeid tendo ainda nos ouvidos o choro e os gritos dos negros que infelizmente tiveram de abandonar e que os tinham acompanhado al longo de um troço da estrada. No dia 21 partiram para Cartum e dali para Itália.

Em 1965 o P. Ermínio permaneceu em Roma para o Curso de Renovamento, depois partiu para o Uganda, para a diocese de Kabale. Foi coadjutor na paróquia de Makiro, depois pároco e superior em Nyamwegabira. Após as suas férias em Itália, seguiu para Maracha, no West Nilo, como director ad ínterim dos Lay Helpers. Depois foi mandado para Pakwach.

Regressado a Itália, entre 1981 e Fevereiro de 1983, foi-lhe pedido pelos superiores para colaborar com o Movimento dos Focolarinos.

A 1 de Abril de 1983 foi destinado ao Sul do Sudão; entrando pelo Quénia em Julho de 1984, ficou a trabalhar em Kwajok até Junho de 1985.
A guerrilha alastrava nos arredores de Kwajok e o P. Erminio transferiu-
-se para Wau como superior temporário. No mês de Setembro deslocou-
-se para Norte e foi para El Obeid para o estudo do árabe. Em 1986 voltou para Wau. Depois de um período no Quénia para tratamentos, dada a situação de insegurança no Sul do Sudão, foi para Cartum.

Em Julho de 1990 voltou para Itália: durante cinco anos permaneceu em Limone, depois em Arco (um ano), em Milão (um ano em tratamentos) e de novo em Arco. Em Julho de 1998 foi mandado de novo para o Uganda, para Kyamuhunga, mas regressou depressa a Itália. Passou cinco anos em Trento, seis anos em Arco e, em 2013, foi transferido para Milão para tratamentos, onde faleceu a 8 de Janeiro de 2017.