In Pace Christi

Biasotto Giacomo

Biasotto Giacomo
Data de nascimento : 10/08/1937
Local de nascimento : Prata di Pordenone/Italia
Votos temporários : 01/05/1969
Votos perpétuos : 01/05/1971
Data de ordenação : 02/07/1961
Data da morte : 29/12/2024
Local da morte : Castel d’Azzano/Italia

Giacomo nasceu em Prata di Pordenone a 10 de Agosto de 1937, filho de Sante e Maria Piccin, o segundo de três filhos. Na paróquia, frequentou regularmente a catequese e, na adolescência, tornou-se um assíduo frequentador da "escola da fé" organizada pela Acção Católica. Neste contexto, nasceu no coração de Giacomo o desejo de se tornar padre.
A 2 de Julho de 1961, Giacomo foi ordenado sacerdote, em Aviano, por D. Vittorio De Zanche. Imediatamente a seguir, é destinado como coadjutor à paróquia de San Giovanni di Polcenigo, onde existe um bom grupo de jovens aos quais o padre Giacomo dedica muito do seu tempo, encorajando-os a seguir mais de perto os ditames do Evangelho e a abrir-se cada vez mais à missão universal da Igreja. Repete sempre que a Igreja é missionária por natureza, e assim nasceu nele a ideia de se tornar missionário comboniano.
Em Setembro de 1967 entrou no noviciado dos Combonianos em Florença. A 1 de Maio de 1969 emitiu os primeiros votos. Imediatamente a seguir foi mandado para Pordenone como padre espiritual no Centro dos Irmãos. Fez a profissão perpétua a 1 de Maio de 1971. No final de 1972, recebeu a carta de destinação às missões do Zaire (hoje, República Democrática do Congo).
A 3 de Maio, o P. Giacomo já se encontrava em Isiro: descansou durante dois dias e depois retomou a sua viagem para a missão de Tadu, a 300 km da capital, onde se dedicará à aprendizagem da língua local, o lingala. Entre as aulas de língua, o padre Giacomo quer também fazer a experiência da vida pastoral nas aldeias, sempre acompanhado por um catequista que serve de intérprete. Se há um doente que quer a unção dos doentes, ele oferece-se. Se há um grupo de catecúmenos ou de alunos para visitar, é também ele que pede para se juntar a eles. Tadu não é a missão para a qual está destinado, mas decide deixar ali uma marca: na parede do fundo da igreja, pinta uma grande Crucificação; na parede lateral, uma bela Nossa Senhora com o Menino.
Seis meses mais tarde, o padre Giacomo teve a oportunidade de ir para Rungu. De Rungu, vai para Isiro, onde o superior provincial, padre Ferdinando Colombo, o informa do seu destino final: a missão de Pawa, a apenas 56 km da capital. Dirige-se imediatamente para lá. Na comunidade, encontra o padre Elio Piasentier e o Ir. Annico Meloni. Começa a visitar regularmente as 12 aldeias da paróquia.
Em 1982, o P. Giacomo regressou a Itália para umas férias. Em 1983, regressa ao Zaire e é destinado à missão de Duru, entre os Azande, perto da fronteira com o Sudão. Fica lá apenas um ano: a adaptação à vida na floresta é-lhe difícil. Depois de Dungu e de um período na paróquia de Santa Ana em Isiro, em 1984 pede para regressar a Itália. Aceitou de bom grado ser destinado à comunidade de Pordenone, onde existe o postulantado para Irmãos, com a tarefa de se dedicar à animação missionária nas paróquias da região e ajudar no ministério.
Em 1989, regressou ao Zaire, ao pequeno seminário diocesano de Dungu, como padre espiritual. Dois anos mais tarde, o seminário foi confiado ao clero local e o P. Giacomo foi destinado, como segundo formador, ao noviciado comboniano francófono interprovincial de Isiro-Magambe, onde o mestre é o P. Lorenzo Farronato. Os dois conheciam-se há muito tempo. Em Março de 1995, devido a cansaço psicofísico, o padre Giacomo deixou o noviciado e foi destinado à comunidade de Lemba (Kinshasa), onde se encontra a sede do economato provincial.
A 1 de Janeiro de 1996, o P. Fernando Zolli foi eleito superior provincial e pediu ao padre Giacomo que fosse o seu secretário. Ele aceitou e, em Maio, vai para Isiro, onde reside o provincial. A situação sócio-política precipita-se. Também no Noroeste, os rebeldes semeiam a agitação e o terror. A missão de Isiro é atacada e vandalizada. Os missionários refugiam-se na floresta. Conseguem comunicar via rádio com os soldados regulares ainda presentes num quartel da cidade e são recolhidos por eles e transportados para o aeroporto de Isiro, onde os espera um avião que os levará para Kinshasa. A partir daí, deixam o Zaire num avião fornecido pelo governo espanhol. Os italianos chegam a Milão a 13 de Janeiro. O padre Giacomo passa algumas semanas de férias com a sua família. Em Abril, embarca num avião de regresso a África e chega a Isiro a 5 de Maio.
Em 2005, foi destinado à missão de Dondi, onde permaneceu durante cinco anos: fez apostolado, visitou aldeias, deu aulas aos catequistas no centro pastoral, visitou os doentes no hospital... e, nos tempos livres, pintou um grande crucifixo, e imagens de Santo Ambrósio e da Beata Anuarite na igreja principal.
Depois da Páscoa de 2013, deixou a RD do Congo (antigo Zaire) e regressou a Itália, destinado à comunidade de Cordenons. Lançou-se imediatamente no apostolado nas várias paróquias da diocese, mas as análises revelaram que tinha um tumor no nariz. Foi operado. Depois, durante dois anos e meio, é obrigado a "deslocar-se" entre Pordenone e Verona-Negrar para fazer a quimioterapia. Seguem-se várias outras cirurgias, porque o tumor se espalhou para o septo nasal. Em Fevereiro de 2020, é destinado para a comunidade que dirige a reitoria de San Tomio, em Verona. Como é costume, passa horas no confessionário.
O estado de saúde do padre Giacomo tornou-se cada vez mais crítico. A tal ponto que o conselho provincial, em Junho de 2023, depois de mais uma hospitalização, tomou a decisão de o destinar à comunidade do Centro "Fratel Alfredo Fiorini" de Castel d'Azzano. Foi aqui que o padre Giacomo faleceu, a 29 de Dezembro de 2024, rodeado do afecto e das orações dos confrades.
O funeral é celebrado na capela do Centro a 2 de Janeiro de 2025. O padre Romeo Ballan, amigo de longa data do padre Giacomo e antigo provincial do Zaire, fará a homilia. «Durante os 35 anos que passou no Congo – disse –, o padre Giacomo desenvolveu várias actividades em diferentes missões daquele imenso país. Ele também as relatou num pequeno livro, intitulado Testemunho de vida e missão. Embora animado pela paixão missionária e comboniana, Giacomo conservou sempre o seu estilo próprio de 'bom padre diocesano'. Quem conhece a geografia variada das nossas missões no Congo, as múltiplas situações sócio-políticas registadas nos últimos decénios, os acontecimentos pessoais e comunitários, fica surpreendido e admirado com a disponibilidade e a prontidão de Giacomo em ir para novas missões, permanecer nelas, ajudar e partir para outros destinos onde a sua presença pudesse ser útil e muitas vezes fazer a diferença. As viagens frequentes, as deslocações difíceis, os contextos comunitários e pastorais nem sempre fáceis, não eram certamente indolores. Mas Giacomo era sempre sóbrio na informação que oferecia, capaz de cobrir com o véu da caridade as tensões, as urgências, as situações de crise». Depois da missa, o corpo foi sepultado no Cemitério Monumental de Verona. (Padre Franco Moretti, mccj)